segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

"JUSTISSA": INQUÉRITO DE JUCÁ É ARQUIVADO NO STF APÓS 14 ANOS

Prescreveu. Com o Supremo, com tudo.

Após 14 anos de tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), um inquérito aberto para investigar 
o presidente do PMDB e líder do governo do Senado foi arquivado por prescrição. O senador 
Romero Jucá era investigado por supostos desvios de verbas federais para o município de Cantá, 
localizado em Roraima, estado pelo qual ele foi eleito. A decisão de arquivar foi tomada pelo relator, 
ministro Marco Aurélio Mello, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Nesses casos, a 
praxe é atender o pedido do órgão acusador.
Pelas regras da prescrição, ele poderia ser punido até 16 anos depois dos supostos crimes, que teriam 
ocorrido em 2001. O prazo terminou, portanto, em 2017. O caso foi denunciado em 2002, começou a 
ser apurado na Justiça Federal de Roraima, mas, como Jucá tem foro privilegiado, chegou ao STF 
em 2004.
“Os fatos foram noticiados por meio da Carta-Denúncia nº 01/2002, formalizada pela Central dos 
Assentados de Roraima – CAR e apresentada na Superintendência Regional do Instituto Nacional de 
Colonização e Reforma Agrária – INCRA, em Roraima, acompanhada de fita cassete com gravação 
ambiental na qual o prefeito do citado Município, Paulo de Sousa Peixoto, afirma receber comissões 
de 10% do valor de toda obra realizada na cidade, aludindo a Senador da República de Roraima, 
também destinatário de valores espúrios”, diz trecho do despacho de Marco Aurélio.
Jucá era acusado de peculato, crime definido assim no Código Penal: “Apropriar-se o funcionário 
público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse 
em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio”. O delito dá pena de dois a 12 anos 
de prisão.
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