"Vovô Adams e o Vampirão"
A presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, está usando o principal poder do cargo
naquela Corte, a formulação da pauta. A Presidência do Supremo tem o poder de decidir o que a
Corte irá discutir. Porém,
Cármen Lúcia vem atuando com viés claramente político ao protelar a discussão da prisão em
Cármen Lúcia vem atuando com viés claramente político ao protelar a discussão da prisão em
segunda instância. O objetivo é claro: esperar a prisão de Lula para discutir o assunto, já que a
tendência majoritária da Corte é a de modificar a jurisprudência formada anteriormente, que passou a
permitir que condenados duas vezes pela Justiça possam ser presos antes que todos os recursos às
instâncias superiores se esgotem.
Desde que assumiu a Presidência do STF, Cármen Lúcia vem demonstrando grande apreço por
holofotes, produzindo, invariavelmente, declarações do interesse sobretudo da Globo.
Agora, porém, ela está passando dos limites. Ao se recusar a colocar em pauta a discussão sobre a
Agora, porém, ela está passando dos limites. Ao se recusar a colocar em pauta a discussão sobre a
segunda instância, Cármen Lúcia tenta ganhar tempo para a decretação da prisão de Lula, já que é
mais do que certo que o TRF4 rejeitará qualquer recurso do ex-presidente.
Carmén Lúcia sabe que mesmo sendo preso Lula acabaria libertado, mas está apenas atendendo aos
Carmén Lúcia sabe que mesmo sendo preso Lula acabaria libertado, mas está apenas atendendo aos
interesses da Globo e do resto da mídia antipetista de divulgaram a tão almejada foto do ex-
presidente preso para delírio das hordas fascistas cujo principal passatempo é pregar o fim da
democracia via golpe militar, sonhando com o dia em que puderem até prender quem pensa
diferente, como foi após o golpe de 1964.
Porém, a atitude politiqueira de uma pessoa que ocupa um cargo de tão alta responsabilidade está
revoltando o corpo do STF. Mesmo Ministros favoráveis à prisão após condenação em segunda
instância começam a se rebelar contra a atitude apequenada da presidente da Corte.
— pressão stf
Nesta terça-feira, toda a imprensa divulgou essa reação dos ministros a uma chicana jurídica de
— pressão stf
Nesta terça-feira, toda a imprensa divulgou essa reação dos ministros a uma chicana jurídica de
Carmén Lúcia que desmoraliza a Corte, fazendo com que ela toda aja politicamente de acordo com
os interesses da Globo de ter a imagem de Lula preso para usar na campanha eleitoral.
A pressão interna no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o plenário julgue logo as ações sobre
prisão de condenados em segunda instância aumentou. A Segunda Turma julgaria dois habeas corpus
de presos que envolvem essa discussão, mas os ministros preferiram enviar os casos para o plenário,
para que o entendimento sobre o assunto seja unificado e atenda a todos os réus na mesma condição.
Os processos que definirão a regra geral estão prontos para julgamento desde dezembro, mas a
Os processos que definirão a regra geral estão prontos para julgamento desde dezembro, mas a
presidente da Corte, Cármen Lúcia, ainda não definiu data para a discussão. A reação do ministro
Celso de Mello deixa claro o clima na Corte:
— Há dois processos de controle abstrato instrumentalizados em duas ações diretas de
— Há dois processos de controle abstrato instrumentalizados em duas ações diretas de
constitucionalidade. O relator, ministro Marco Aurélio, já solicitou pauta em 7 de dezembro.
Portanto, basta agora que a senhora presidente paute esses feitos. Trata-se de uma matéria
extremamente delicada, de maior importância, pois envolve o direito básico da própria liberdade
humana. Cabe ao STF, ou mantendo a posição, ou alterando em maior ou menor extensão, definir o
tema em uma das ações.
Os ministros Edson Fachin, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli votaram da mesma forma — ou
Os ministros Edson Fachin, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli votaram da mesma forma — ou
seja, indicaram o julgamento pelo plenário.
— Estou de acordo. O tema é da maior importância constitucional. Existem pendentes duas ações em
— Estou de acordo. O tema é da maior importância constitucional. Existem pendentes duas ações em
que o plenário vai se pronunciar. Não é conveniente que nós, na Turma, fixemos um ponto de vista
sobre essa questão — declarou Lewandowski.
Nos casos que seriam julgados pela Segunda Turma, de presos desconhecidos, as defesas
Nos casos que seriam julgados pela Segunda Turma, de presos desconhecidos, as defesas
questionavam decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que determinou o início da execução
da pena, mesmo que a sentença de primeiro grau e a decisão de segunda instância tenham garantido
ao réu o direito de aguardar em liberdade o trânsito em julgado da condenação.
O julgamento dos habeas corpus começou em agosto de 2017. Na ocasião, Lewandowski, Gilmar e
Celso votaram para garantir o direito dos réus recorrerem em liberdade. Fachin pediu vista e, na
terça-feira, levou os processos de volta. Em vez de votar, sugeriu a proposta de levar os casos ao
plenário.
Os habeas corpus de Lula, junto com os dois referentes aos presos desconhecidos, também
Os habeas corpus de Lula, junto com os dois referentes aos presos desconhecidos, também
dependem de Cármen para serem pautados em plenário. O mesmo acontece com as duas ações que
tratam do assunto de forma genérica, sem citar um réu específico.
Agora, com cinco processos na fila da pauta, a ministra fica ainda mais na berlinda para definir uma
data do julgamento. Mas sua resistência a pôr o tema em pauta tem uma causa muito específica.
O Supremo é composto por 11 ministros – o presidente da Corte e mais dez outros ministros. Parte
O Supremo é composto por 11 ministros – o presidente da Corte e mais dez outros ministros. Parte
das ações que chegam ao tribunal é julgada em plenário, quando todos os ministros participam.
Outra parte é distribuída para as duas turmas que integram a Corte. Para não haver empate entre os
juízes, as turmas têm cinco ministros. O presidente do Supremo – cargo ocupado atualmente por
Cármen Lúcia – fica de fora, já que acumula outras responsabilidades.
Carmén Lúcia só votará nessa questão – ou em qualquer outra – se houver discussão “em plenário”,
ou seja, pelos 10 ministros das duas turmas reunidas para julgar a mesma causa. Se houver empate, o
presidente do STF dá o “voto de Minerva”.
Para quem não sabe, “voto de Minerva “ é o que decide uma votação que, de outra forma, estaria
Para quem não sabe, “voto de Minerva “ é o que decide uma votação que, de outra forma, estaria
empatada. O termo se refere ao episódio da mitologia grega em que a deusa Palas Atena (que
corresponde à deusa romana Minerva) preside o julgamento de Orestes, um reles mortal.
O que ocorre é que, atualmente, a maioria do Supremo é contra a prisão após condenação em
O que ocorre é que, atualmente, a maioria do Supremo é contra a prisão após condenação em
segunda instância. Na primeira turma, a tendência a favor da prisão após condenação em segunda
instância prevalece. Na segunda turma, prevalece a tendência CONTRA esse tipo de prisão.
Primeira Turma
Ministro Alexandre de Moraes – Presidente – A FAVOR
Ministro Marco Aurélio – CONTRA
Ministro Luiz Fux – A FAVOR
Ministra Rosa Weber – CONTRA
Ministro Luís Roberto Barroso – A FAVOR
Segunda Turma
Ministro Edson Fachin- Presidente – A FAVOR
Ministro Celso de Mello – CONTRA
Ministro Gilmar Mendes – CONTRA
Ministro Ricardo Lewandowski – CONTRA
Ministro Dias Toffoli – CONTRA
Como se vê, a contabilidade é amplamente desfavorável à prisão após a condenação em segunda
Ministro Alexandre de Moraes – Presidente – A FAVOR
Ministro Marco Aurélio – CONTRA
Ministro Luiz Fux – A FAVOR
Ministra Rosa Weber – CONTRA
Ministro Luís Roberto Barroso – A FAVOR
Segunda Turma
Ministro Edson Fachin- Presidente – A FAVOR
Ministro Celso de Mello – CONTRA
Ministro Gilmar Mendes – CONTRA
Ministro Ricardo Lewandowski – CONTRA
Ministro Dias Toffoli – CONTRA
Como se vê, a contabilidade é amplamente desfavorável à prisão após a condenação em segunda
instância. Se o tema for a plenário para Julgamento, Lula receberá habeas corpus contra eventual
decisão do TRF4 que desencadearia a prisão do ex-presidente.
Em Plenário, o resultado seria 4 a 6 CONTRA a prisão após condenação em segunda instância. Ou
Em Plenário, o resultado seria 4 a 6 CONTRA a prisão após condenação em segunda instância. Ou
seja: mesmo se Carmén Lúcia votasse ela ainda perderia a votação, que ficaria 6 a 5 CONTRA.
Carmén Lúcia, porém, não seria a primeira ministra do STF a fazer chicana jurídica para impedir
Carmén Lúcia, porém, não seria a primeira ministra do STF a fazer chicana jurídica para impedir
uma decisão democrática da maioria. Porém, sua situação está ficando insustentável. O ministro
Fachin, que é favorável à prisão após condenação em segunda instância demonstrou ser CONTRA a
chicana da presidente da Corte, obviamente que por ser uma medida antiética em se tratando de um
magistrado.
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