quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

O MAGISTRAL DISCURSO DE GREGÓRIO DUVIVIER


Duvivier abraça Lula e Gleisi olha para o espaço, em busca da Bloomberg..... Duvivier não 
sabe se vai votar no Lula! Vai depender das alianças e das Gleisis

O presidente Lula foi ao Teatro Casa Grande (hoje tem outro nome), no Rio, para se encontrar com 
artistas e intelectuais.
Foi o excelente escritor e humorista Gregório Duvivier, que enfrentou o Lula, o Renan Calheiros e as 
gleisis do Lula:
Estou muito feliz de ver tanta gente de vermelho no Leblon. Só por isso já valeu. De verdade. E 
ver ainda mais aquele povo do MBL, do Vem Pra Rua, em tão pouco número, tão constrangidos... 
Eu adoro: "vem pra rua". Não vai pra rua há mais de um ano! Por mim, tinha que chamar "fica 
em casa"!
Ficou muito claro que a indignação deles era classista. Assim como é. Não estão mais 
indignados...Eles realmente acham que esse governo agora era honesto?
Estão fazendo o que em casa? Para mim, ficou muito claro, ver aquelas pessoas ali, ressurgindo 
das cinzas, aquela "zombieland" na porta... Mortos há mais de um ano e de repente... Não 
pegavam nem sol, que não saíam de casa. Um povo branco, branco, branco que dói.
Eu vim correndo. Não iria vir, porque tô com uma filha de oito dias em casa...
Eu não tô saindo de casa realmente por nada. Tô igual o povo do Vem Pra Rua.Mas eu vim 
porque faz parte da função paterna estar aqui hoje. Eu acho que... Eu fiquei muito 
triste quando percebi que minha filha nasceu no Governo Temer. Perguntei, "como é que eu vou 
explicar isso pra ela?"
"Pai, as pessoas votaram nesse sujeito?"
- Não!
"E o que ele tava fazendo lá, pai?"
- Eu não sei, filha, eu não sei! Desculpa, desculpa!
E vai ser muito difícil explicar isso pra ela, certo? E eu acho que... Se o Lula não for candidato, 
impedido juridicamente, vai ser muito difícil explicar isso pra ela. Como que a gente vai explicar 
isso pros nossos filhos, que o Lula foi impedido mas... Mas o Alckmin não! Mas o Bolsonaro não! 
Sei lá mais quem... Como que ele vai explicar isso? E como que ele vai explicar o nosso silêncio 
frente a isso?
Como que a gente vai explicar que não fez nada contra isso?
Não estou aqui pela defesa de um ser humano só, mas esse ser humano é a metonímia de um país, 
eu acho, hoje. Um país que sofre as injustiças. 
O Brasil tem hoje 700 mil presos, se não me engano - vou chutar aqui um dado que não sei 
exatamente - dos quais 500 mil são por tráfico, ou 400 mil por tráfico de drogas. Em sua maioria, 
quantidade pequena. Em sua imensa maioria, pessoas negras e pobres. São 400 mil pessoas 
presas injustamente no Brasil hoje, certo? Metade da população carcerária está presa por uma 
razão que eu considero injusta, e acredito que muitas pessoas aqui também.
Enquanto isso, como bem gritou uma pessoa aí, o Perrela e o povo do helicóptero estão soltos por 
aí.
A defesa do Lula hoje é também a defesa dessas pessoas. A defesa de todas as pessoas que são 
presas injustamente nesse país. Pessoas em sua maioria pobres, como Rafael Braga. Rafael 
Braga, outra vítima desse sistema injusto...
Ele foi preso com um Pinho Sol naquela época. Aliás, louco para botar um Pinho Sol na mochila 
do Temer porque, assim, logo prende! 
Sobre Lula, a defesa dele é a defesa de um país inteiro e não tem a ver com o fato necessariamente 
de eu querer votar nele. Eu quero pedir desculpas e, por favor, não me vaiem, não me xinguem, eu 
não sei ainda se vou votar nele. Vai depender, claro, das alianças que ele fizer...
Eu acho que a gente, também, à esquerda, vai ter que pressionar esse sujeito, por mais 
carismático que ele seja... Eu acho que cabe a nós, futuramente, pressioná-lo para que ele faça 
alianças à esquerda, certo?
Isso não significa que eu vá votar nele, mas significa que eu quero decidir em quem eu vou votar. 
Não um juiz de Porto Alegre ou de onde quer que seja.
Então, no fundo, a defesa do Lula é também uma volta às Diretas, ao velho mote das Diretas, que 
é "eu quero votar pra presidente". Em outubro, eu quero votar pra presidente.Em tempo: sobre a 
"zombieland".
Duvivier se referia aos gatos pingados que, do lado de fora do teatro, participavam de um protesto 

Quatro Otários Pingados levaram boneco do juiz Sergio Moro para protesto no Leblon, no Rio 

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