O discurso de Lula em Porto Alegre from Luiz Carlos Azenha on Vimeo.
Da Redação, com fotos de Ricardo Stuckert, Viomundo e Mídia Ninja
Na estimativa mais otimista, a dos organizadores, havia 70 mil pessoas na Esquina Democrática, em Porto Alegre.
Certamente, eram milhares. Bem mais do que a centena que se reuniu numa esquina da avenida Paulista, em São Paulo, para pedir a prisão do ex-presidente — numa fotografia sintomática da decadência dos patos.
“Só uma coisa vai me tirar das ruas desse país e será no dia que eu morrer. Até lá estarei lutando por uma sociedade mais justa. Qualquer que seja o resultado do julgamento, eu seguirei na luta pela dignidade do povo desse país”, afirmou o ex-presidente Lula na véspera do julgamento de seu recurso junto ao TRF-4, na capital gaúcha.
A expectativa é de que o tribunal confirme a sentença do juiz Sérgio Moro, de mais de nove anos de prisão no caso do triplex de Guarujá, por 3 a 0.
“Não vim aqui pra falar do meu processo, primeiro porque tenho advogados competentes que já provaram minha inocência, segundo porque acredito que meus juízes vão se ater aos autos do processo. Eu vim aqui falar de esperança, de sonhos. Vim falar da soberania nacional”, afirmou Lula, dando ao discurso um tom de campanha eleitoral.
Ele chegou a confirmar cinco destinos numa caravana que pretende fazer ao Rio Grande do Sul, em fevereiro: São Borja (terra de Getúlio Vargas), Bagé , Santa Maria, Livramento (onde pretende se encontrar com o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica) e Porto Alegre.
Em resumo, a mensagem de Lula foi: serei candidato ao Planalto independentemente da decisão do TRF-4.
Para o governador do Maranhão, Flávio Dino, juiz federal de 1994 a 2006 e mestre em direito constitucional, uma decisão de 3 a 0 contra Lula, o que reduziria os recursos disponíveis à defesa, é “quase impossível”.
Se o resultado for 2 a 1, a defesa pode interpor embargos infringentes, além dos de declaração.
No twitter, Dino escreveu: “Em um julgamento complexo, apreciando uma sentença fraca, baseada em meros indícios não convergentes, é quase impossível um resultado de 3 a 0 em todos os aspectos. Só se houvesse combinação prévia, o que não parece ser o caso”.
Depois do discurso, o ex-presidente retornou a São Paulo, enquanto milhares de pessoas marcharam até o acampamento da democracia, em Porto Alegre, onde farão vigília.
Mais cedo, Lula celebrou a nota de apoio recebida do PSB, que lê:
“Considera-se que o tribunal político mais adequado em uma democracia é o voto popular, em eleições livres — avaliação essa que é comum, no presente caso, à maioria das forças políticas responsáveis, independentemente de seu espectro ideológico. Cabe observar, ainda, que uma solução política, por meio das urnas, que se viabilize respeitando de modo estrito a legalidade, é condição necessária para que o País supere a crise política que vivencia há pelo menos três anos”.
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