sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

BOFF: ‘JUIZINHOS MESQUINHOS NOS FAZEM PASSAR VERGONHA’


O teólogo e escritor Leonardo Boff diz que "a Justiça e o governo como um todo estão 
perdendo o sentido dos limites. Estão provocando o povo: criando as condições para que um 
povo aviltado não aguente mais e comece uma convulsão incontrolável"; "Lula era convidado 
pela ONU para discutir a fome na Etiópia. Juizinhos mesquinhos, sem noção do mundo, 
tiraram-lhe o passaporte. Eles nos fazem passar vergonha. Hoje somos objeto de irrisão 
internacional, tão degradada é nossa justiça", acrescentou

247 - O teólogo e escritor Leonardo Boff criticou o governo de Michel Temer e manifestou
solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado sem provas no processo 
envolvendo o triplex no Guaruja.
"Pessoalmente acho que a Justiça e o governo como um todo estão perdendo o sentido dos 
limites.Estão provocando o povo: criando as condições para que um povo aviltado não aguente mais 
e comece uma convulsão incontrolável. A culpa não é do povo. É da justiça injusta e perseguidora", 
escreveu Boff em sua conta no Twitter.
"Lula era convidado pela ONU para discutir a fome na Etiópia. Juizinhos mesquinhos, sem noção do 
mundo, tiraram-lhe o passaporte. Eles nos fazem passar vergonha. Hoje somos objeto de irrisão 
internacional, tão degradada é nossa justiça", acrescentou.
O juiz no Distrito Federal Ricardo Leite, que determinou a apreensão do passaporte de Lula, já foi 
afastado da Operação Zelotes suspeito de atrapalhar as investigações e se tornou alvo de investigação 
da Corregedoria por esse motivo. A Corregedora Nacional de Justiça, ministra Nancy Andrighi, 
determinou em agosto de 2015 a notificação do magistrado por causa de uma representação feita 
pelo relator da subcomissão da Câmara dos Deputados que acompanha as investigações sobre o 
esquema de corrupção no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), deputado federal 
Paulo Pimenta (PT-RS).
Leite indeferiu os pedidos de prisão temporária de 26 investigados e não concedeu a prorrogação do 
monitoramento das escutas telefônicas e de e-mail dos envolvidos. Além disso, o juiz determinou o 
sigilo das investigações, pois, segundo ele, "provocaria desnecessária exposição da intimidade dos 
investigados perante os meios de comunicação".
Em maio do mesmo ano, a Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 1ª região já havia acatado 
representação do Ministério Público Federal contra o magistrado. Dados do Portal da Transparência 
revelam que, em 2014, a 10ª Vara Federal do DF – que está sob responsabilidade de Ricardo Leite – 
teve 499 processos julgados, enquanto, no mesmo período, a 12ª Vara teve 1537, número três vezes 
superior.
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