“Doutor Roberto” passava pó de arroz para atenuar a tez morena
Por Kiko Nogueira
Meu amigo Manuel Enriquez lembrou, a respeito do imbroglio William Waack, que a Globo tem um
passivo racista “complicado” — Enriquez gosta dessa palavra.
Pedro Bial narra em sua biografia autorizada que Roberto Marinho usou pó de arroz até o fim da
Pedro Bial narra em sua biografia autorizada que Roberto Marinho usou pó de arroz até o fim da
vida em razão de um “desconforto” com a cor da pele.
O eufemismo esconde que o doutor Roberto não queria parecer mulato.
Ali estava, segundo Paulo, o melhor perfil de Roberto Marinho. Diz ele:
A imagem de um país de próspera tranquilidade na ditadura foi, em grande parte, forjada pela Globo.
Medici dizia que gostava de ver o Jornal Nacional porque ali não havia nada do mundo em
convulsão que existia na realidade no Brasil e fora dele.
Roberto Marinho soube cobrar o preço de seus favores para a ditadura. Daí os bilhões de sua fortuna
pessoal, hoje distribuída entre os três filhos.
Um outro aspecto interessante do perfil de Cuadros é a relação da Globo com as questões raciais
brasileiras. Ele não deixou escapar de sua análise o infame livro do diretor de telejornalismo da
Globo Ali Kamel, Não Somos Racistas.
Cuadros volta atrás e lembra que na novela A Cabana do Pai Tomás a Globo utilizou um ator branco,
Sérgio Cardoso, pintado de negro, e com artifícios para inflar suas narinas.
Ele recorda uma fala, também, de um ator que numa novela tinha se apaixonado por uma empregada.
“Que importa se ela é negra, se sua alma é branca e pura?”
Waack está sendo usado de bode expiatório para purgar os pecados de quem lhe deu emprego e quer
lavar seu passado.
Sérgio Cardoso, branco, era o Pai Tomás na novela
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