Em depoimento por videoconferência à CPMI da JBS, nesta manhã, o ex-advogado da
Odebrecht Rodrigo Tacla Duran confirmou aos parlamentares que a força-tarefa da Lava Jato
omitiu contas no exterior que eram ligadas a investigados; com isso, os recursos não seriam
bloqueados pelos investigadores; esse seria o caso, por exemplo, do casal João Santana e
Mônica Moura, que fizeram campanhas do PT e atribuíram dinheiro de propina à campanha
presidencial de Dilma Rousseff em 2014 em acordo de delação premiada; Tacla Duran também
confirmou ter recebido um pedido para que fizesse pagamento "por fora" a fim de firmar seu
acordo com o Ministério Público e disse ter interpretado o termo "panela de Curitiba" como
advogados com "bom trânsito e bom acesso à força-tarefa". Acompanhe ao vivo
Brasília 247 – O ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran confirmou em depoimento à CPMI da JBS na manhã desta quinta-feira 30 uma denúncia que, se comprovada, aponta uma campanha da Operação Lava Jato contra a presidente deposta Dilma Rousseff.
Tacla Duran confirmou aos parlamentares que a força-tarefa da Lava Jato omitiu contas no exterior que eram ligadas a investigados. Com isso, os recursos dessas contas não seriam bloqueados pelos investigadores.
Esse seria o caso, por exemplo, do casal João Santana e Mônica Moura, que fizeram campanhas do PT e atribuíram dinheiro de propina à campanha presidencial de Dilma em 2014 em acordo de delação premiada.
Os dois chegaram a ser presos no âmbito da Lava Jato e condenados a 8 anos de prisão pelo juiz Sergio Moro por 19 atos de lavagem de dinheiro. Eles foram absolvidos pelo crime de corrupção. A condenação seria de sete anos em regime fechado, mas como fizeram delação premiada, a pena foi substituída por prisão domiciliar e uso de tornozeleira eletrônica por um ano e meio. Eles deixaram a prisão em agosto de 2016.
O advogado relatou ter recebido de um funcionário da Odebrecht uma planilha com contas no exterior, para que ele identificasse os donos dessas contas. Tacla Duran disse não ter conseguido cumprir a tarefa da empreiteira porque os sistemas que ele tinha disponíveis para o trabalho "não foram suficientes". "Era preciso quebrar o sigilo", afirmou.
O funcionário teria ficado "bastante chateado, irritado" com a resposta de Tacla Duran, pois precisava "dar uma resposta ao Marcelo [Odebrecht]" sobre as contas. A empresa pretendia pressionar o governo Dilma com a informação de que havia dinheiro de propina relacionado à campanha da então presidente.
Em resposta às questões feitas pelo deputado Wadih Damous (PT-RJ) na sessão da CPMI, Tacla Duran também confirmou ter recebido um pedido do advogado Carlos Zucolotto Júnior – amigo do juiz Sergio Moro –, que negociava seu acordo, para que fizesse pagamento "por fora" a fim de que o acordo com o Ministério Público Federal fosse bem sucedido, e pelo qual ele teria de pagar honorários de R$ 5 milhões.
"Eu não aceitei porque me senti constrangido", disse o advogado, acrescentando que, no acordo, ele teria de assumir crimes que não teria cometido. O valor a ser pago seria para o advogado que intermediava o acordo "e para quem estava ajudando ele", que Tacla Duran disse não saber quem é. "E seria pago em troca da atuação dele no caso", completou.
Recentemente, Tacla Duran revelou ter recebido um conselho de um consultor da empreiteira UTC para que contratasse um advogado "da panela de Curitiba" para que seu acordo fosse bem sucedido. "Eles falavam com a experiência de quem já tinha firmado um acordo", disse, em referência ao delator Ricardo Pessoa, dono da empresa.
No depoimento, ele afirmou ter interpretado esse termo - "panela de Curitiba" - como sendo uma referência a advogados com "bom trânsito e bom acesso à força-tarefa". Foi então que ele buscou Zucolotto para tentar firmar o acordo, e posteriormente o advogado Marlus Arns, para quem chegou a pagar honorários de 1,5 milhão de dólares, mais impostos.
Em outro momento do depoimento, em resposta aos questionamentos do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), Tacla Duran disse que Zucolotto "confirmou que tinha" proximidade com a força-tarefa da Lava Jato.
Tacla Duran confirmou aos parlamentares que a força-tarefa da Lava Jato omitiu contas no exterior que eram ligadas a investigados. Com isso, os recursos dessas contas não seriam bloqueados pelos investigadores.
Esse seria o caso, por exemplo, do casal João Santana e Mônica Moura, que fizeram campanhas do PT e atribuíram dinheiro de propina à campanha presidencial de Dilma em 2014 em acordo de delação premiada.
Os dois chegaram a ser presos no âmbito da Lava Jato e condenados a 8 anos de prisão pelo juiz Sergio Moro por 19 atos de lavagem de dinheiro. Eles foram absolvidos pelo crime de corrupção. A condenação seria de sete anos em regime fechado, mas como fizeram delação premiada, a pena foi substituída por prisão domiciliar e uso de tornozeleira eletrônica por um ano e meio. Eles deixaram a prisão em agosto de 2016.
O advogado relatou ter recebido de um funcionário da Odebrecht uma planilha com contas no exterior, para que ele identificasse os donos dessas contas. Tacla Duran disse não ter conseguido cumprir a tarefa da empreiteira porque os sistemas que ele tinha disponíveis para o trabalho "não foram suficientes". "Era preciso quebrar o sigilo", afirmou.
O funcionário teria ficado "bastante chateado, irritado" com a resposta de Tacla Duran, pois precisava "dar uma resposta ao Marcelo [Odebrecht]" sobre as contas. A empresa pretendia pressionar o governo Dilma com a informação de que havia dinheiro de propina relacionado à campanha da então presidente.
Em resposta às questões feitas pelo deputado Wadih Damous (PT-RJ) na sessão da CPMI, Tacla Duran também confirmou ter recebido um pedido do advogado Carlos Zucolotto Júnior – amigo do juiz Sergio Moro –, que negociava seu acordo, para que fizesse pagamento "por fora" a fim de que o acordo com o Ministério Público Federal fosse bem sucedido, e pelo qual ele teria de pagar honorários de R$ 5 milhões.
"Eu não aceitei porque me senti constrangido", disse o advogado, acrescentando que, no acordo, ele teria de assumir crimes que não teria cometido. O valor a ser pago seria para o advogado que intermediava o acordo "e para quem estava ajudando ele", que Tacla Duran disse não saber quem é. "E seria pago em troca da atuação dele no caso", completou.
Recentemente, Tacla Duran revelou ter recebido um conselho de um consultor da empreiteira UTC para que contratasse um advogado "da panela de Curitiba" para que seu acordo fosse bem sucedido. "Eles falavam com a experiência de quem já tinha firmado um acordo", disse, em referência ao delator Ricardo Pessoa, dono da empresa.
No depoimento, ele afirmou ter interpretado esse termo - "panela de Curitiba" - como sendo uma referência a advogados com "bom trânsito e bom acesso à força-tarefa". Foi então que ele buscou Zucolotto para tentar firmar o acordo, e posteriormente o advogado Marlus Arns, para quem chegou a pagar honorários de 1,5 milhão de dólares, mais impostos.
Em outro momento do depoimento, em resposta aos questionamentos do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), Tacla Duran disse que Zucolotto "confirmou que tinha" proximidade com a força-tarefa da Lava Jato.
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