Se você quer uma fotografia do futuro, imagine uma bota pisando num rosto humano para sempre
Uma representação recebida pelo MPF relata que vários soldados estariam sendo alvo de atos de assédio moral, maus-tratos e perseguições por razões políticas e ideológicas naquela unidade do Exército Brasileiro. Logo na primeira semana de atividades, em formatura interna de apresentação, os soldados foram convocados a se identificar, caso se considerassem “petistas ou defensores dos direitos humanos”. Aqueles que o fizeram, passaram a ser alvo de uma série de perseguições por parte de seus superiores hierárquicos, que estariam submetendo-os à prática de assédio moral, racismo e tortura.
Um vídeo anexado à representação pelo Ministério Público mostra um soldado sendo pisoteado e chutado na cabeça por um superior, que joga areia em sua cara.
Como primeira providência, o MPF solicitou ao Comando do 41º Batalhão de Infantaria Motorizada para que, no prazo máximo de 15 dias, manifeste-se sobre os fatos mencionados na representação e as medidas a serem adotadas para sua apuração. Requereu, também, que encaminhe cópia integral da sindicância interna que apurou um dos casos de maus-tratos. Além disso, que informe ao MPF sobre medidas de proteção a serem adotadas em relação às vítimas apontadas na representação.
O Exército soltou nota afirmando que foi aberto um Inquérito Policial Militar para apurar a denúncia. “A Força Terrestre tem, como um de seus valores, o respeito ao indivíduo e à dignidade da pessoa humana, em todas as situações, bem como, empenha-se, rigorosamente, para que eventuais desvios de conduta sejam corrigidos dentro dos limites da lei”, diz a nota.
O comandante do Exército, general Villas-Boas, também se manifestou pelo twitter.
Já vivemos o futuro imaginado por George Orwell: “Se você quer uma fotografia do futuro, imagine uma bota pisando num rosto humano para sempre”.
Com informações do site do MPF em Goiás
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