Da Redação
O ex-procurador Marcelo Miller, que trocou de lado e é acusado de, ainda no MPF, organizar a
delação da JBS, deixou explícito em e-mail que enviou para si mesmo o uso dos Estados Unidos
como “alavanca” para fazer avançar investigações contra instituições e autoridades brasileiras.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira 8 pelo diário conservador Folha de S. Paulo (ver
A informação foi divulgada nesta quarta-feira 8 pelo diário conservador Folha de S. Paulo (ver
infográfico abaixo).
Miller pediu exoneração do MPF em fevereiro de 2017. Ele alega que nunca tratou do caso da JBS
Miller pediu exoneração do MPF em fevereiro de 2017. Ele alega que nunca tratou do caso da JBS
enquanto ocupava o cargo público.
O procurador, que atuou ao lado de Rodrigo Janot, se transferiu para o escritório Trench Rossi
O procurador, que atuou ao lado de Rodrigo Janot, se transferiu para o escritório Trench Rossi
Watanabe, que tinha contrato com empresas de Joesley Batista.
No dia em que sua exoneração foi publicada, 5 de abril, Miller viajou para os Estados Unidos para
No dia em que sua exoneração foi publicada, 5 de abril, Miller viajou para os Estados Unidos para
fazer uma apresentação sobre a JBS com passagem paga pelo escritório no valor equivalente em
reais a R$ 36,2 mil, mais que o salário anterior dele no MPF, R$ 34,9 mil.
Não está claro se a apresentação foi relativa ao acordo de colaboração feito pela empresa com
autoridades norte-americanas, mencionado no e-mail.
Na mensagem, datada de 9 de março, Miller faz um roteiro de como os dirigentes da JBS deveriam
agir para conquistar a delação premiada em termos favoráveis.
Num dos itens da mensagem, ele escreve: “A ponta internacional como alavanca: precisamos
procurar as autoridades dos EUA e iniciar o procedimento de cooperação lá”.
Como conclusão, ele resume o que a JBS teria a oferecer: “Estamos trazendo pela primeira vez
BNDES, que era a última caixa-preta da República, estamos trazendo fundos, Temer, Aécio, Dilma,
Cunha, Mantega e, por certo ângulo, também Lula. Temos elementos muito sólidos de corroboração”.
A Operação Lava Jato foi alvo de recente crítica do senador Roberto Requião por atuar como se
existisse num território alheio ao Brasil.
Ele escreveu:
O juiz Sérgio Moro sabe; o procurador Deltan Dallagnol tem plena ciência. Fui, neste plenário, o
O juiz Sérgio Moro sabe; o procurador Deltan Dallagnol tem plena ciência. Fui, neste plenário, o
primeiro senador a apoiar e a conclamar o apoio à Operação Lava Jato. Assim como fui o primeiro a
fazer reparos aos seus equívocos e excessos. Mas, sobretudo, desde o início, apontei a falta de
compromisso da Operação, de seus principais operadores, com o país. Dizia que o combate à
corrupção descolado da realidade dos fatos da política e da economia do país era inútil e enganoso.
E por que a Lava Jato se apartou, distanciou-se dos fatos da política e da economia do Brasil?
Porque a Lava Jato acabou presa, imobilizada por sua própria obsessão; obsessão que toldou,
empanou os olhos e a compreensão dos heróis da operação ao ponto de eles não despertarem e nem
reagirem à pilhagem criminosa, desavergonhada do país.
Pilhagem, acrescenta o Viomundo, que serve para manter Temer no poder e, ao mesmo tempo, é de
interesse daqueles que estão comprando o Brasil na bacia das almas, notadamente as empresas norte-
americanas de petróleo.
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