Com capacidade para 1.375 assentos, o auditório estava lotado, com pessoas sensibilizadas com
a morte do reitor, muitas de pé e sentadas no corredor. Nos discursos, predominaram as
críticas à ação da Operação “Ouvidos Moucos” da Polícia Federal, que resultou na prisão, por
um dia, e afastamento do reitor da universidade desde 14 de setembro. A cobertura midiática
desses últimos eventos também foi ressaltada como irresponsável e desproporcional. Uma faixa
foi levada até o palco com a frase: “Democracia de luto em luta! Aqui mais uma vítima: da
canalhice do estado de exceção e sua mídia.”
(UFSC). O brilho do sol acompanhava os transeuntes no campus e adentrava calmamente pelo hall
da reitoria. No local, servidores, estudantes, familiares, amigos e autoridades locais e nacionais
davam o seu adeus ao reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo. Homenagens marcaram o velório, que
iniciou às 17h de segunda-feira, com a chegada do corpo do reitor na universidade.
Por volta das 11h, um cortejo seguiu para a Sessão Solene Fúnebre do Conselho Universitário e do
Conselho de Curadores, realizada no auditório Garapuvu, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC.
O mesmo local que recebeu Cancellier na solenidade de posse em 10 de maio de 2016, recebeu seu
corpo para uma última homenagem. Uma foto do reitor estampava os dois telões do auditório. A
beca branca e um colar com o brasão da universidade ocuparam a cadeira vazia na mesa solene, ao
lado de Alacoque Lorenzini Erdmann, reitora em exercício.
Ex-senador Nelson Wedekin: "Pior do que a desonra é a dor de quem não a merece"
Um dos discursos mais aplaudidos, muitas vezes de pé, pela comunidade universitária, familiares e
amigos do reitor Luiz Carlos Cancellier, durante a solenidade fúnebre do Conselho Universitário da
UFSC, foi proferido pelo ex-senador e advogado Nelson WedekinComeçou falando das "mãos visíveis e invisíveis que empurraram o reitor das alturas para a morte", destacou suas virtudes
humanas e qualidades pessoais, acadêmicas e políticas e posicionou-se de forma crítica contra as
arbitrariedades de sua prisão violenta e injusta.
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