terça-feira, 5 de setembro de 2017

MORRE A ATRIZ ROGÉRIA


A atriz Rogéria, de 74 anos, morreu na noite de hoje (4) após ser internada em um hospital na 
Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, com infecção urinária; Rogéria (Astolfo Pinto) nasceu em 
em 1943 em Cantagalo, no norte fluminense. Ainda na adolescência, homossexual assumido, 
Astolfo virou transformista e começou a trabalhar como maquiadora, ainda com o nome 
masculino, na extinta TV Rio

Paulo Virgilio - Repórter da Agência Brasil

A atriz Rogéria, de 74 anos, morreu na noite de hoje (4) após ser internada em um hospital na Barra 
da Tijuca, no Rio de Janeiro, com infecção urinária.
Rogéria havia sido internada no dia 13 de julho em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva 
(UTI) da Clínica Pinheiro Machado, com quadro de infecção urinária, e entubada na tarde do dia 
seguinte ao ser constatada uma pneumonia e tinha apresentado melhora, chegando a receber alta.
Nascida Astolfo Barroso Pinto, Rogéria era a mais antiga transformista em atividade no Brasil. Ao 
lado de travestis pioneiras do país, como Jane di Castro, Divina Valéria, Camille K, Fujika de 
Halliday, Eloína dos Leopardos, Brigitte de Búzios e Marquesa, esta morta em 2015, Rogéria foi 
homenageada pela atriz e diretora Leandra Leal no documentário Divinas Divas, premiado no 
Festival do Rio do ano passado. As atrizes se apresentavam no Teatro Rival, na Cinelândia (centro da 
cidade), que pertence à família de Leandra Leal há várias gerações.
Rogéria (Astolfo Pinto) nasceu em em 1943 em Cantagalo, no norte fluminense. Ainda na 
adolescência, homossexual assumido, Astolfo virou transformista e começou a trabalhar como 
maquiadora, ainda com o nome masculino, na extinta TV Rio. Frequentava o auditório da Rádio 
Nacional. O nome Rogéria surgiu em 1964, quando venceu um concurso de fantasias no carnaval 
daquele ano.
Convivendo com atores na TV Rio, se sentiu estimulada a interpretar e estreou nos palcos em maio 
de 1964, em um show de travestis na Galeria Alaska, então reduto gay de Copacabana. Ela atuou em 
dezenas de shows, peças teatrais e programas de televisão, muitas vezes como jurada nos programas 
de Chacrinha, Luciano Huck e outros apresentadores, e participou de 11 filmes brasileiros. Ela 
também atuou em novelas como Tieta (1989), Paraíso Tropical (2007) e A Força do Querer (2017), 
sua última participação na TV e, no teatro, recebeu o Troféu Mambembe em 1979 pelo espetáculo 
que fez ao lado de Grande Otelo.
Em 2016, foi lançada sua biografia, Rogéria – uma Mulher e Mais um Pouco, de autoria de Márcio 
Paschoal.

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