Num exemplo raro de isenção para os dias atuais, o Ministério Público Federal pediu a
absolvição do ex-presidente Lula na ação que o acusa de comprar silêncio do ex-diretor da
Petrobras Nestor Cerveró; o pedido foi feito em alegações finais enviadas à Justiça Federal
pelo procurador Ivan Marx; o MPF também pede a anulação da delação premiada do ex-
senador Delcídio Amaral, que fez a denúncia da suposta tentativa de compra do silêncio, e
pediu ainda a inocência do banqueiro André Esteves, acusado de pagar a compra do silêncio
André Richter - Repórter da Agência Brasil
O Ministério Público Federal (MPF) pediu hoje (1º) à Justiça Federal a absolvição do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e do banqueiro André Esteves no processo que apura a suposta tentativa do
ex-presidente de obstruir o andamento da Operação Lava Jato. No mesmo pedido, o procurador
responsável pelo caso também pede a suspensão dos benefícios concedidos com base na delação
premiada do ex-senador Delcídio do Amaral.
Nas alegações enviadas ao juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal em Brasília, responsável pelo
Nas alegações enviadas ao juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal em Brasília, responsável pelo
caso, o procurador da República Ivan Cláudio Marx concluiu que não há provas de que Lula e
Esteves participaram dos supostos crimes imputados pelo ex-senador nos depoimentos de delação.
"Para o procurador, ao contrário do que afirmou Delcídio do Amaral - tanto na colaboração quanto
no depoimento dado à Justiça -, o pretendido silêncio de Cerveró, que à época cumpria prisão
preventiva, não foi encomendado ou interessava a Lula, mas sim ao próprio senador", diz nota do
MPF.
O procurador afirmou ainda que Delcídio mentiu em seus depoimentos e que os fatos citados por ele
levaram à abertura de ação penal contra sete pessoas. De acordo com Marx, o ex-senador escondeu a
origem dos recursos que teriam sido providenciados supostamente para comprar o silêncio do ex-
diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
"No entanto, atribuiu falsamente a Lula a ordem para a prática do crime, e falsamente à família
"No entanto, atribuiu falsamente a Lula a ordem para a prática do crime, e falsamente à família
Bumlai [ligada a Lula] o pagamento da quarta e quinta entregas de valores para comprar o silêncio
de Cerveró. Assim agindo, escondeu do Ministério Público Federal sua real função de chefe no
esquema referido, angariando benefícios que não receberia se a verdade prevalecesse", sustentou o
MPF.
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