quarta-feira, 23 de agosto de 2017

VENDA DA ELETROBRAS É UMA ABERRAÇÃO


E a imprensa corrupta dando destaque à alta na bolsa, e às declarações do governo golpista (e 
pessoal ainda fala que a Globo quer “derrubar” Temer…), sem informar à população que se 
trata do entusiasmo daqueles que querem lucrar às custas da alta do preço da energia elétrica 
do sucateamento de um setor vital da infra-estrutura do nosso país. Temer quer vender por 
R$ 20 bilhões um setor que nos custou mais de R$ 400 bilhões para construir. É claro que a 
bolsa sobe: os urubus estão excitados!

Por Luis Nassif

O anúncio de venda da Eletrobras para fazer caixa é uma das iniciativas mais aberrantes do governo
Temer. A ideia da “democratização do capital” e a comparação com a Vale e a Embraer é esdrúxula. 
Ambas estão na economia competitiva enquanto a Eletrobrás é uma concessionária de serviços 
públicos, estratégica para o país.
A avaliação de R$ 20 bilhões equivale a menos da metade de uma usina como Belo Monte. A 
Eletrobrás tem 47 usinas hidroelétricas, 114 térmicas e 69 eólicas, com capacidade de 47.000 MW, o 
que a faz provavelmente a maior geradora de energia elétrica do planeta. É uma empresa tão 
estratégica quanto a Petrobras.
A Eletrobras está sendo contruída desde 1953 e exigiu investimentos calculados em R$ 400 bilhões 
do povo brasileiro. Além da capacidade geradora, que equivale a meia Itaiupu, a Eletrobras controla 
linhas de transmissão, seis distribuidoras e a Eletronuclear, empresa estratégica que detém as únicas 
usinas nucleares brasileiras.
O modelo elétrico brasileiro é uma obra de engenharia fanrtástica, resultado do pensamento 
estratégico de especialistas como Octávio Marcondes Ferraz, Mário Thibau, Mário Bhering, um 
conjunto de técnicos da Cemig – que também corre risco idêntico.
No governo Fernando Henrique Cardoso, o desmonte irresponsável desse modelo promoveu um 
encarecimento brutal das tarifas, que acabou tiraqndo a competitividade brasileira em vários setores 
eletro intensivos. Lá, como ágora, moviam-se exclusivamente por visão ideológica, sem um pingo de 
preocupação com a lógica de um sistema integrado.

O comprador com toda probabilidade será um grupo chinês que por 20 bilhões de reais assumirá o 
provavelmente maior parque de geração hidroelétrica do planeta. É realmente inacreditável o nível 
de improvisação, cegueira estratégica, leviandade suspeita atrás desse tipo de decisão de quebra-
galho financeiro.
Nos EUA, o parque hidroelétrico, que corresponde a 15% da matriz energética , é estatal federal, 
porque lá se acredita que energia elétrica, que envolve recursos hídricos são de interesse nacional e 
não podem ser privados. Lá há muito cuidado com água, rios e represas e nunca se pensou em 
privatizar.
A ideia de privatizar estava obvia quando a rainha das privatizações da Era FHC Elena Landau foi 
colocada como presidente do Conselho da empresa. Há um mês pediu demissão para não ficar 
evidente demais sua presença com o anúncio da privatização, ligando a lembranças de sua atuação 
no governo tucano.
Para completar o pesadelo, o Ministro de Minas e Energia é um rapaz de 33 anos, formado em 
administração de empresas pela FAAP, sem qualquer especialização na área e representando o 
histórico PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO, de ilustres nomes como João Mangabeira, que 
deve estar se revirando na tumba com tal iniciativa por um “socialista” pernambucano.

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