sexta-feira, 18 de agosto de 2017

JOÃO PLENÁRIO SOLTOU SEU COMPADRE, MAS JUIZ DO RIO MANDOU PRENDE-LO DE NOVO !!


O empresário Jacob Barata Filho está preso desde o começo de julho por ser apontado como 
peça-chave de um esquema de pagamento de propina do setor de transportes no Rio de 
Janeiro. Ouvido pela imprensa, o ministro Gilmar Mendes reagiu com escárnio à acusação de 
suspeição, alegando que “o referido casamento não durou nem seis meses”.

Horas depois que o ministro do STF Gilmar Mendes determinou a soltura do empresário Jacob 
Barata Filho, preso desde o começo de julho pela operação Lava Jato, o juiz federal Marcelo Bretas, 
autor da ordem de prisão, expediu hoje novo mandado, mantendo o empresário preso. Barata é 
apontado como peça-chave de um esquema de pagamento de propina do setor de transportes no Rio 
de Janeiro, com base em investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.


Tanto Jacob Barata Filho como seu pai, Jacob Barata, conhecido como “Rei do Ônibus”, atuam há 
décadas no ramo dos transportes no Rio de Janeiro. A polícia encontrou indícios de que o filho 
pagou milhões de reais em propina para políticos do Rio.
À primeira vista a decisão de Gilmar Mendes pode parecer mais um caso como o ocorrido em 2008, 
quando o ministro, então presidente do STF, em menos de 48 horas mandou soltar duas vezes o 
banqueiro Daniel Dantas, investigado por tentativa de suborno e crimes financeiros. A decisão do 
ministro provocou um manifesto de protesto subscrito por 45 procuradores e 130 juízes federais.
Desta vez, porém, há um inacreditável agravante: Gilmar Mendes é padrinho de casamento da filha 
de Jacob Barata Filho, Beatriz Perissé Barata. Em julho de 2013, envergando um lustroso fraque, 
com um cravo branco espetado na lapela, um sorridente Gilmar apadrinhou os noivos num 
tumultuado casamento realizado no Copacabana Palace Hotel, chamado pelos jornalistas de “o Baile 
da Ilha Fiscal”.


A noiva chegou e saiu sob vaias vindas de uma multidão postada na frente do Copacabana Palace. 
Uma jovem, vestida de noiva, distribuía pequenas baratas de plástico para os convidados. Segundo 
reportagens da época, além dos seguranças privados trinta policiais militares tentavam conter os 
manifestantes. Estes só foram dispersados após disparos de bombas de gás lacrimogênio pela Tropa 
de Choque.
Ouvido sobre a decisão de mandar libertar um compadre, Gilmar Mendes reagiu com escárnio, 
alegando não ter havido suspeição, “já que o referido casamento não durou nem seis meses”.
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