Jornal GGN - O terceiro pedido do procurador-geral da República Rodrigo Janot para prender o senador Aécio Neves por recebimento de propina e lavagem de dinheiro da JBS motivou uma reação espinhosa do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.
O magistrado chegou a dizer que Janot tirou a decência e sobriedade do Ministério Público e admitiu que o Supremo também errou em não colocar freios ao uso desenfreado das delações premiadas.
Segundo informações da Agência Brasil, ao ser questionado hoje (1º) sobre o terceiro pedido de prisão de Aécio, Gilmar respondeu: “Eu acho que é bom que atores jurídico-políticos leiam a Constituição antes de seguir suas vontades”, em referência à insistência de Janot.
Quando indagado se a entrada de Raquel Dodge deve mudar a PGR e os rumos da Lava Jato, Gilmar disse: "É preciso voltar a um mínimo de decência e sobriedade e normalidade à Procuradoria da República", segundo relatos de O Globo.
O ministro não poupou críticas à atuação do Supremo em relação à Lava Jato. "Certamente o Supremo também errou. O Supremo foi muito concessivo, contribuiu com essa bagunça completa", comentou.
Para ele, o principal erro foi a falta de discussão sobre as delações.
"As delações todas, as homologações sem discussão. Eu falei aqui. Uma bagunça completa, uma bagunça completa. E ficou a reboque das loucuras do procurador. Ficou a reboque", disparou.
"Tudo isso é uma loucura completa, estabeleceu uma loucura completa. O direito penal foi todo reescrito nesse período. Então isso precisa ser arrumado. O Brasil tem que de novo parar para pensar. A gente bagunçou tudo, agora temos que arrumar. É isso que tem que fazer."
O terceiro pedido de prisão contra Aécio será analisado pela 1ª Turma do Supremo, composta por Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso, além do presidente do colegiado e também relator do processo, Marco Aurélio Mello. O julgamento deve ocorrer ainda em agosto.
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