quarta-feira, 19 de julho de 2017

VENEZUELA CONDENA 'PRETENSÃO IMPERIAL' DE SANÇÕES DOS EUA


Governo da Venezuela repudiou a ameaça "imperial" de sanções feita pelos Estados Unidos, 
que avisou que irá impor "fortes medidas econômicas" se o presidente venezuelano, Nicolás 
Maduro, levar adiante uma controversa Assembleia Constituinte para reescrever a 
Constituição do país"; "Aqui, mandamos os venezuelanos, não manda (o presidente dos 
Estados Unidos, Donald) Trump, nem (o presidente da Colômbia, Juan Manuel) Santos, nem 
Michel Temer", afirmou Maduro

Reuters - O governo da Venezuela repudiou na noite de terça-feira a ameaça "imperial" de sanções feita pelos Estados Unidos, que avisou que irá impor "fortes medidas econômicas" se o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, levar adiante uma controversa Assembleia Constituinte para reescrever a Constituição do país.
Maduro disse que seu país seguirá adiante com a eleição dos constituintes, prevista para 30 de julho, depois de qualificar de "vulgar" e "insólito" o comunicado de Washington.
"Ninguém dá ordens à Venezuela", afirmou Maduro. "Aqui, mandamos os venezuelanos, não manda (o presidente dos Estados Unidos, Donald) Trump, nem (o presidente da Colômbia, Juan Manuel) Santos, nem Michel Temer", acrescentou.
Horas antes, o chanceler Samuel Moncada anunciou uma "revisão profunda" das relações com os Estados Unidos, que, segundo fontes, estuda outras penalidades contra funcionários venezuelanos, incluindo o vice-presidente do partido governista, Diosdado Cabello, e o ministro da Defesa, Vladimir Padrino.
"Fazemos um chamado aos povos da América Latina e ao Caribe e aos povos livres do mundo a entender a magnitude da brutal ameaça contida neste comunicado imperial e a defender a soberania, a autodeterminação e a independência", disse Moncada, lendo um comunicado.
No domingo, a oposição venezuelana informou que 7,6 milhões de venezuelanos votaram em um plebiscito não oficial para repudiar a Constituinte, que acreditam significar a consumação de uma "ditadura" em seu país.
Confira a íntegra do comunicado do governo venezuelano:

COMUNICADO


REPÚDIO AO ERRÁTICO COMUNICADO EMITIDO PELO GOVERNO DOS ESTADOS UNIDOS CONTRA A PÁTRIA DE BOLÍVAR

A República Bolivariana da Venezuela repudia o insólito comunicado publicado pela Casa Branca, ontem dia 17/07/2017.
Trata-se de um documento nunca visto antes, que por seu baixo nível e péssima qualidade, dificulta a compreensão intelectual das intenções do país agressor. Obviamente, o governo dos Estados Unidos está acostumado a humilhar a outras nações em suas relações internacionais e acredita que vai receber como resposta a subordinação à que está habituado. O fosso que o governo dos Estados Unidos está cavando em suas relações com a Venezuela dificulta uma racional predição de suas ações para toda a comunidade internacional.
O governo dos Estados Unidos mostra, sem pudor, sua parcialização absoluta com os setores violentos e extremistas da política venezuelana, partidários do uso do terrorismo para derrocar a um governo popular e democrático.
A ruína moral da oposição venezuelana tem arrastado ao Presidente Trump a cometer uma agressão aberta contra um país latino-americano. Não sabemos quem pôde ter redigido, nem muito menos autorizado, um comunicado de tanta pobreza conceitual e moral.
O fino véu democrático da oposição venezuelana tem caído, e revela a força brutal intervencionista do governo estadunidense, o qual tem estado detrás da violência sofrida pelo povo venezuelano nos últimos quatro meses.
Não é a primeira vez que denunciamos e confrontamos ameaças tão desatinadas como as contidas neste insólito documento.
Fazemos um chamado aos povos da América Latina e do Caribe, e aos povos livres do mundo, a entender a magnitude da brutal ameaça contida neste comunicado imperial e a defender a soberania, a autodeterminação e a independência, princípios fundamentais do direito internacional.
O poder constituinte originário está contemplado em nossa Carta Magna e só compete ao povo venezuelano. A Assembleia Nacional Constituinte será eleita pelo voto direto, universal e secreto de todas as venezuelanas e todos os venezuelanos, sob a autoridade do Conselho Nacional Eleitoral como o contempla nosso ordenamento jurídico. É um ato de soberania política da República, nada nem ninguém poderá detê-la. A Constituinte Vai!
Hoje o povo venezuelano é livre e responderá unido ante a insolente ameaça exposta por um império xenófobo e racista. O pensamento anti-imperialista do Libertador se encontra mais vigente que nunca:
"Os Estados Unidos parecem destinados pela providência a infestar a América de miséria em nome da liberdade" Simón Bolívar

Caracas, 18 de Julho de 2017
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