sexta-feira, 28 de julho de 2017

QUEM FINANCIA O "CAPITALISMO TOTALITÁRIO"


Irmãos Koch financiam o totalitarismo e torram R$ 2,5 bilhões para financia a tal "Nova 
Direita" na América Latina e implantar o ultraliberalismo. No Brasil também 

O herói dos golpistas (E) e o 
queridinho dos Koch (D)

Reportagem de George Monbiot 
sobre o programa secreto do 
capitalismo totalitário de Charles 
Koch 

É o capítulo que faltava, uma chave 
para entender a política dos últimos 
cinquenta anos. Ler o novo livro de 
Nancy MacLean, Democracy in 
Chains: the deep history of the 
radical right’s stealth plan for America [“Democracia Aprisionada: a história profunda do plano 
oculto da direita para a América] é enxergar o que antes permanecia invisível.
O trabalho da professora de História começou por acidente. Em 2013, ela deparou-se com uma casa 
de madeira abandonada no campus da Universidade George Mason, em Virgínia (EUA). O lugar 
estava repleto com os arquivos desorganizados de um homem que havia morrido naquele ano, e cujo 
nome é provavelmente pouco familiar a você: James McGill Buchanan. Ela conta que a primeira 
coisa que despertou sua atenção foi uma pilha de cartas confidenciais relativas a milhões de dólares 
transferidos para a universidade pelo bilionário Charles Koch.
Suas descobertas naquela casa de horrores revelam como Buchanan desenvolveu, em colaboração 
com magnatas e os institutos fundados por eles, um programa oculto para suprimir a democracia em 
favor dos muito ricos. Tal programa está agora redefinindo a política, e não apenas nos Estados 
Unidos.
Buchanan foi fortemente influenciado pelo neoliberalismo de Friedrich Hayek e Ludwig von Mises e 
pelo supremacismo de proprietários de John C Carlhoun. Este último argumentava, na primeira 
metade do século XIX, que a liberdade consiste no direito absoluto de usar a propriedade – inclusive 
os escravos – segundo o desejo de cada um. Qualquer instituição que limitasse este direito era, para 
ele, um agente de opressão, que oprime homens proprietários em nome das massas desqualificadas.
James Buchanan reuniu estas influências para criar o que chamou de “teoria da escolha pública. 
Argumentou que uma sociedade não poderia ser considerada livre exceto se cada cidadão tivesse o 
direito de vetar suas decisões. Queria dizer que ninguém deveria ser tributado contra sua vontade. 
Mas os ricos, dizia ele, estavam sendo explorados por gente que usa o voto para reivindicar o 
dinheiro que outros ganharam, por meio de impostos involuntários usados para assegurar o gasto e o 
bem-estar social. Permitir que os trabalhadores formassem sindicatos e estabelecer tributos 
progressivos eram, sempre segundo sua teoria, formas de “legislação diferencial e discriminatória” 
sobre os proprietários do capital.
Qualquer conflito entre o que ele chamava de “liberdade” (permitir aos ricos fazer o que quiserem) e 
a democracia deveria ser resolvido em favor da “liberdade”. Em seu livro The Limits of Liberty [“Os 
limites da liberdade”], ele frisou que “o despotismo pode ser ser a única alternativa para a estrutura 
política que temos”. O despotismo em defesa da liberdade…
Ele prescrevia o que chamou de uma “revolução constitucional”: criar barreiras irrevogáveis para 
reduzir a escolha democrática. Patrocinado durante toda sua vida por fundações riquíssimas, 
bilionários e corporações, ele desenvolveu uma noção teórica sobre o que esta revolução 
constitucional seria e uma estratégia para implementá-la.
Ele descreveu como as tentativas de superar a segregação racial no sistema escolar do sul dos 
Estados Unidos poderiam ser frustradas com o estabelecimento de uma rede de escolas privadas, 
patrocinadas pelo Estado. Foi ele quem primeiro propôs a privatização das universidades e cobrança 
de mensalidades sem nenhum subsídio estatal: seu propósito original era esmagar o ativismo 
estudantil. Ele recomendou a privatização da Seguridade Social e de muitas outras ações do Estado. 
Queria romper os laços entre os cidadãos e o governo e demolir a confiança nas instituições públicas. 
Ele queria, em síntese, salvar o capitalismo da democracia.
Em 1980, pôde colocar este programa em prática. Foi chamado ao Chile, onde ajudou a ditadura 
Pinochet a escrever uma nova Constituição – a qual, em parte devido aos dispositivos que Buchanan 
propôs, tornou-se quase impossível de revogar. Em meio às torturas e assassinados, ele aconselhou o 
governo a ampliar seus programas de privatazação, austeridade, restrição monetária, 
desregulamentação e destruição dos sindicatos: um pacote que ajudou a produzir o colapso 
econômico de 1982.
Nada disso perturbou a Academia Sueca que, por meio de Assar Lindbeck, um devoto na 
Universidade de Estocolomo, conferiu a James Buchanan o Nobel de Economia de 1986. Foi uma 
das diversas decisões que tornaram duvidosa a honraria.
Mas seu poder realmente intensificou-se quando Charles Koch, hoje o sétimo homem mais rico nos 
EUA, dicidiu que Buchanan tinha a chave para a transformação que desejava. Para Koch, mesmo 
ideólogos neoliberais como Milton Friedman e Alan Greenspan eram vendidos, já que tentavam 
aperfeiçoar a eficiência dos governos, ao invés de destruí-los de uma vez. Buchanan era o realmente 
radical.
Nancy MacLean afirma que Charles Koch despejou milhões de dólares no trabalho de Buchanan na 
Universidade George Mason, cujos departamentos de Direito e Economia parecem muito mais 
thinktanks corporativos que instituições acadêmicas. Ele encarregou o economista de selecionar o 
“quadro” revolucionário que implementaria seu programa (Murray Rothbard, do Cato Institute, 
fundado por Koch, havia sugerido ao bilionário estudar as técnicas de Lenin e aplicá-las em favor da 
causa ultraliberal). Juntos, começaram a desenvolver um programa para mudar as regras.
Os documentos que Nancy Maclean descobriu mostram que Buchanan via o sigilo como crucial. Ele 
afirmava a seus colaboradores que “o sigilo conspirativo é essencial em todos os momentos”. Ao 
invés de revelar seu objetivo último, eles deveriam agir por meio de etapas sucessivas. Por exemplo, 
ao tentar destruir o sistema de Seguridade Social, sustentariam que estavam salvando-o e 
argumentariam que ele quebraria sem uma série de “reformas” radicais. Aos poucos, construiriam 
uma “contra-inteligência”, articulada como uma “vasta rede de poder político” para, ao final, 
constituir um novo establishment.
Por meio da rede de thinktanks financiada por Koch e outros bilionários; da transformação do 
Partido Republicano; de centenas de milhões de dólares que destinaram a disputas legislativas e 
judiciais; da colonização maciça do governo Trump por membros de sua rede e de campanhas muito 
efetivas contra tudo – da Saúde pública às ações para enfrentar a mudança climática, seria justo dizer 
que a visão de mundo de Buchanan está aflorando nos EUA.
(...)
Em tempo: sobre isso, vem a calhar a leitura de artigo do Guardian sobre a ascensão do Movimento 
Brasil Livre (sic), cuja relação com os irmãos Koch o Conversa Afiada demonstrou aqui.Irmãos 
Koch: Partido mais secreto do mundo
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