quinta-feira, 6 de julho de 2017

PF ACABA COM FORÇA-TAREFA DA LAVA JATO EM CURITIBA

Estancando a sangria

Do Congresso em Foco:

Em comunicado à imprensa (leia a íntegra abaixo), a Polícia Federal anunciou nesta quinta-feira (6) 
que o grupo que atuava na força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba será desfeito e passará a 
trabalhar de forma integrada em Delegacias de Combate à Corrupção e Desvios de Verbas Públicas 
(Delecor). De acordo com a nota da PF, o atual efetivo na Superintendência Regional no Paraná será 
adequado à demanda e “reforçado em caso de necessidade”. O órgão justifica a medida como uma 
realocação de pessoal, e afirma que não significa o fim da Lava Jato e nem das operações.
O anúncio veio pouco mais de um mês após o corte de verbas destinado à Lava Jato e à 
Superintendência da Polícia Federal do Paraná, que tiveram quase um terço de seu orçamento 
cortado neste ano pelo governo Michel Temer. O Ministério da Justiça destinou para ambos R$ 20,5 
milhões – R$ 3,4 milhões para os gastos extras da operação – ante os R$ 29,1 milhões de 2016, dos 
quais R$ 4,1 milhões especificamente para a Lava Jato. A queda representa um percentual de 29,5%. 
Além disso, houve um contingenciamento de 44% da verba.
O corte representou uma asfixia aos trabalhos da Operação Lava Jato, com consequências diretas em 
pagamento de diárias, realização de diligências e outras ações necessárias à continuidade da 
operação. No entanto, o órgão não menciona o assunto e nem cita o fim do grupo como uma 
consequência do corte de verbas, mesmo diante do fato de que o dinheiro posto à disposição da 
instituição é muito inferior aos repassados nos últimos anos.
Em 2014, por exemplo, no início da Operação Lava Jato, os recursos para a Superintendência do 
Paraná cresceram 44%, saltando de R$ 14 milhões em 2013 para R$ 20,4 milhões. Já em 2015, 
manteve-se o mesmo nível de gastos autorizados pelo governo federal, ainda sob o comando da ex-
presidente Dilma Rousseff.
A redução do quadro de pessoal que trabalhava nas equipes da Lava Jato também era uma 
preocupação dos investigadores em Curitiba. O grupo chegou a ter 11 delegados em dedicação 
exclusiva à operação e, atualmente, apenas seis delegados continuam a trabalhar com esse foco.



A Polícia Federal encerrou, nesta semana, a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba —ou 
seja, o grupo de delegados e agentes dedicados exclusivamente à operação.
Em nota, a instituição informou que os policiais passarão a integrar a Delecor (Delegacia de 
Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas), dentro da própria superintendência da PF. Eram 
quatro delegados e mais um grupo de agentes, dedicados exclusivamente à Lava Jato em Curitiba.
A medida, segundo a PF, "prioriza ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário", 
e aumenta o efetivo dedicado ao combate à corrupção e lavagem de dinheiro.
Para a instituição, o número de policiais na sede do Paraná "está adequado à demanda e será 
reforçado em caso de necessidade".
A força-tarefa já havia sofrido um corte significativo: em maio, o número de delegados dedicados à 
Lava Jato na PF de Curitiba caiu de nove para quatro. O argumento, na época, foi a queda da 
demanda da operação, e a criação de grupos em outros Estados, como Rio de Janeiro, São Paulo e 
Brasília.
Na ocasião, procuradores da República se queixaram do corte e disseram que a medida era 
"incompreensível".
O delegado Igor Romário de Paula, coordenador da força-tarefa, disse na época que estava sendo 
"muito difícil dar continuidade para o trabalho da forma satisfatória como sempre foi", mas que "não 
havia indícios de qualquer influência para barrar a investigação".
Leia a íntegra da nota da PF:

“Sobre a nota ‘PF acaba com grupo de trabalho da Lava Jato em Curitiba’, veiculada no portal da 
revista Época, a Polícia Federal informa:
1. Tendo em vista que cada delegado do Grupo de Trabalho da Lava Jato possuía cerca de vinte 
inquéritos cada um, essa equipe, juntamente com o Grupo de Trabalho da Operação Carne Fraca, 
passou a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (DELECOR);
2. A medida visa priorizar ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário, uma vez 
que permite o aumento do efetivo especializado no combate à corrupção e lavagem de dinheiro e 
facilita o intercâmbio de informações;
3. Com a nova sistemática de trabalho, nenhum dos delegados atuantes na Lava Jato terá aumento de 
carga de trabalho, mas, ao contrário, ela será reduzida em função da incorporação de novas 
autoridades policiais;
4. O número de policiais dedicados a essas investigações chega a 70;
5. A iniciativa da integração coube ao Delegado Regional de Combate ao Crime Organizado do 
Paraná, delegado Igor Romário de Paula, coordenador da Operação Lava Jato no estado, e foi 
corroborada pelo Superintendente Regional, delegado Rosalvo Franco;
6. O modelo é o mesmo adotado nas demais superintendências da PF com resultados altamente 
satisfatórios, como são exemplos as operações oriundas da Lava Jato deflagradas pelas unidades do 
Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo, entre outros;
7. Também foi firmado o apoio de policiais da Superintendência do Espírito Santo, incluindo os 
delegados Márcio Anselmo e Luciano Flores, ex-integrantes da Operação Lava Jato;
8. O atual efetivo na Superintendência Regional no Paraná está adequado à demanda e será reforçado 
em caso de necessidade;
9. Conforme nota divulgada no dia 21/05/2017, deve-se ressaltar que as investigações decorrentes da 
Operação Lava Jato não se concentram somente em Curitiba, mas compreendem o Distrito Federal e 
outros dezesseis estados;
10. Desde o início, a Polícia Federal, de forma republicana e sem partidarismos, trabalha arduamente 
para o êxito das investigações, garantindo toda a estrutura e logística necessária para o 
esclarecimento dos crimes investigados.

Divisão de Comunicação Social”
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