Integrantes do MST dentro de propriedade do ministro Blairo Maggi, em Mato Grosso
MST: Corruptos, devolvam nossas terras!
Ocupando as terras de Temer, Blairo Maggi e Ricardo Teixeira, Jornada de lutas exige
Reforma Agrária e denuncia os corruptos ruralistas que sustentam o governo
Milhares de trabalhadores rurais ocupam, em todo país, fazendas ligadas a processos de corrupção ou a corruptos, onde exigem a destinação das terras para assentamento de famílias Sem Terra.
O MST também coloca a saída dos golpistas instalados no Planalto e a convocação de eleições diretas como condição para a retomada da Reforma Agrária.
Desde a manhã desta terça-feira (25), Dia do Trabalhador Rural, estão ocupadas as fazendas do ministro Blairo Maggi, no Mato Grosso, do presidente golpista Michel Temer (em nome de seu laranja Coronel Lima), em Duartina-SP, e do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, em Piraí, Sul Fluminense.
Outras ocupações ocorrem no Sul e no Nordeste.
Os latifundiários que possuem estas áreas são acusados, no cumprimento de função pública, de atos de corrupção, como lavagem de dinheiro, favorecimento ilícito, estelionato e outros.
O MST também se posiciona pelo afastamento imediato de Michel Temer da Presidência, primeiro presidente na História acusado formalmente de corrupção pela Procuradoria Geral da República (PGR), bem como a convocação de eleições diretas para a escolha do próximo a ocupar a cadeira tirada de Dilma.
É nítida a relação das grandes empresas do agronegócio com os esquemas de propinas, compra de parlamentares, lavagens de dinheiro e até envolvimento com o tráfico de drogas.
O último caso, em que um avião cheio de cocaína foi identificado decolando da propriedade do próprio ministro da agricultura, o Rei da Soja Blairo Maggi, escancara as relações promíscuas empreendidas pelo agronegócio.
Para reposicionar a pauta da luta pela terra e pela Reforma Agrária na agenda nacional e para influenciar na conjuntura geral pelo “Fora Temer”, o MST realiza a partir do dia 25 a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária.
Manifestações acontecem no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão.
MST ocupa fazenda do “amigo” de TemerA fazenda do Coronel Lima, parceiro de longa data do presidente golpista Michel Temer, segundo declarações do mesmo, foi ocupada na madrugada desta terça-feira, 24 (dia dos Trabalhadores Rurais), por 800 integrantes do MST.
A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas com o tema “Corruptos, devolvam nossas terras!”
O movimento exige que a área seja destinada à reforma agrária.
As terras, que levam o nome da antiga estação ferroviária, chamada Esmeralda, localizam-se em Duartina, no interior de São Paulo e somam 1500 hectares.
Oficialmente estão registradas como sede da empresa Argeplan (Arquitetura e Engenharia Ltda.), no entanto moradores locais a identificam como “a fazenda do Temer” e afirmam que grande parte da área foi grilada.
Esta é a segunda vez que o movimento ocupa a Fazenda Esmeralda. Na primeira ocupação foram encontradas cartas endereçadas a Temer e materiais de sua campanha à deputado federal de 2006.
“Somos herdeiros de uma história da oligarquia corrupta que adquiriu terras assassinando indígenas, escravizando e cometendo atrocidades no processo de formação da sociedade brasileira. Estamos aqui para cobrar o que é nosso por direitos. Todas as terras de corruptos devem ser devolvidas ao povo”, reivindicou Mercedes Zuliane, dirigente nacional do MST.
A obscura relação entre MT e a “laranja Lima”
Temer e João Batista Lima Filho, o Coronel Lima, se conheceram nos anos 80, quando o peemedebista ocupava a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e Lima trabalhava na Assistência Militar da pasta.
Nos anos 90 Coronel Lima e a Argeplan contribuíram para as campanhas de Temer. Já em 94 a empresa doou a Temer ao menos 500 mil reais em valores atualizados. “O crescimento econômico e político deles aconteceu simultaneamente, isso só mostra uma parceira que vai muito além de amizade”, afirma a dirigente.
De acordo com diversas denúncias o coronel ajudou Temer a construir sua carreira política e seu patrimônio com base em propinas e extorsões.
A primeira ligação aparece no caso do porto de Santos, denunciado por Erika Santos, então esposa de Marcelo de Azeredo. Na ocasião ela entregou à justiça documentos em que constavam a divisão da propina em 25% para Azeredo, 25% para Lima e 50% para Temer. O processo foi arquivado em segredo de Justiça na secretaria da 6ª Vara Criminal Federal.
Em seguida, a tentativa de delação premiada de José Antonio Sobrinho, dono da Engevixm, revelou que a indicação do presidente da Eletronuclear, almirante Othon Pinheiro, acusado de receber propinas em contratos da empresa, foi feita por Michel Temer. O golpista teria cobrado R$ 1 milhão por contratos da empresa junto à Eletronuclear, pagos ao coronel Lima.
O caso que envolve o dono da Engevix e a Eletronuclear foi desmembrado pelo STF. Ficou fora da Lava Jato.
O contador Florisvaldo Caetano de Oliveira, apontado como responsável pelas entregas de dinheiro a políticos do grupo da J&F, relatou ao menos dois encontros com o “amigo” de Temer.
De acordo com a delação, no segundo encontro Oliveira entregou R$ 1 milhão em espécie para Lima. O mesmo fato aparece na delação do diretor de relações Institucionais da J&F, Ricardo Saud.
Já na Fazenda Esmeralda, o prefeito Enio Simão, do PSDB, lembra que participou de um evento com Temer na propriedade, na campanha eleitoral de 2010. O peemedebista chegou de helicóptero.
Por reforma agrária
O MST aponta a retomada das políticas de reforma agrária, inclusive nas terras de políticos da estirpe de Michel Temer e coronel Lima, como uma das alternativas para geração de emprego, renda e produção de alimentos saudáveis. E defende a revogação de todas as medidas que retiram direitos dos trabalhadores.
“O objetivo desta jornada é denunciar o achaque à constituição brasileira, promovido pelo governo golpista de Michel Temer, tanto com as medidas provisórias absurdas que vem destruindo os direitos dos brasileiros, como com suas práticas corruptas escancaradas, junto a seus aliados”, esclarece Zuliane.
Desde o golpe, a bancada ruralista tem sido premiada com medidas como a MP 759, que prevê a entrega de títulos aos assentados, institucionalizando a venda destes e regularizando terras griladas na Amazônia. Além da alteração da Lei 5.079|71, que visa flexibilizar a compra de terras por estrangeiros e empresas transnacionais.
O cenário político também abre espaço para a retomada brutal da violência no campo. Segundo o Caderno de Conflitos no Campo, lançado neste ano pela CPT, 2016 contabilizou o maior número de assassinatos em conflitos de terra desde 2003. Foram 61 mortes no ano passado. Em 2017, já se contabilizam mais de 40 assassinatos.
Para Mercedes Zuliane esta é uma das características mais brutais do golpe. “A invisibilidade da realidade no campo e o estado exceção promovido por estas elites políticas espúrias garante a liberdade para o antigo latifúndio e o agronegócio atuarem expondo sua face mais cruel, matando a população rural e aqueles que lutam por ela, com requintes de tortura”, denuncia.
Ela também convida a população urbana a reagir. “Todos os trabalhadores e trabalhadoras estão sendo massacrados, de uma forma ou de outra. É o momento de nos unirmos e com apoio mútuo retomar a democracia, num processo de luta de todo povo brasileiro pela verdadeira justiça”.
Milhares de trabalhadores rurais ocupam, em todo país, fazendas ligadas a processos de corrupção ou a corruptos, onde exigem a destinação das terras para assentamento de famílias Sem Terra.
O MST também coloca a saída dos golpistas instalados no Planalto e a convocação de eleições diretas como condição para a retomada da Reforma Agrária.
Desde a manhã desta terça-feira (25), Dia do Trabalhador Rural, estão ocupadas as fazendas do ministro Blairo Maggi, no Mato Grosso, do presidente golpista Michel Temer (em nome de seu laranja Coronel Lima), em Duartina-SP, e do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, em Piraí, Sul Fluminense.
Outras ocupações ocorrem no Sul e no Nordeste.
Os latifundiários que possuem estas áreas são acusados, no cumprimento de função pública, de atos de corrupção, como lavagem de dinheiro, favorecimento ilícito, estelionato e outros.
O MST também se posiciona pelo afastamento imediato de Michel Temer da Presidência, primeiro presidente na História acusado formalmente de corrupção pela Procuradoria Geral da República (PGR), bem como a convocação de eleições diretas para a escolha do próximo a ocupar a cadeira tirada de Dilma.
É nítida a relação das grandes empresas do agronegócio com os esquemas de propinas, compra de parlamentares, lavagens de dinheiro e até envolvimento com o tráfico de drogas.
O último caso, em que um avião cheio de cocaína foi identificado decolando da propriedade do próprio ministro da agricultura, o Rei da Soja Blairo Maggi, escancara as relações promíscuas empreendidas pelo agronegócio.
Para reposicionar a pauta da luta pela terra e pela Reforma Agrária na agenda nacional e para influenciar na conjuntura geral pelo “Fora Temer”, o MST realiza a partir do dia 25 a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária.
Manifestações acontecem no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão.
MST ocupa fazenda do “amigo” de TemerA fazenda do Coronel Lima, parceiro de longa data do presidente golpista Michel Temer, segundo declarações do mesmo, foi ocupada na madrugada desta terça-feira, 24 (dia dos Trabalhadores Rurais), por 800 integrantes do MST.
A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas com o tema “Corruptos, devolvam nossas terras!”
O movimento exige que a área seja destinada à reforma agrária.
As terras, que levam o nome da antiga estação ferroviária, chamada Esmeralda, localizam-se em Duartina, no interior de São Paulo e somam 1500 hectares.
Oficialmente estão registradas como sede da empresa Argeplan (Arquitetura e Engenharia Ltda.), no entanto moradores locais a identificam como “a fazenda do Temer” e afirmam que grande parte da área foi grilada.
Esta é a segunda vez que o movimento ocupa a Fazenda Esmeralda. Na primeira ocupação foram encontradas cartas endereçadas a Temer e materiais de sua campanha à deputado federal de 2006.
“Somos herdeiros de uma história da oligarquia corrupta que adquiriu terras assassinando indígenas, escravizando e cometendo atrocidades no processo de formação da sociedade brasileira. Estamos aqui para cobrar o que é nosso por direitos. Todas as terras de corruptos devem ser devolvidas ao povo”, reivindicou Mercedes Zuliane, dirigente nacional do MST.
A obscura relação entre MT e a “laranja Lima”
Temer e João Batista Lima Filho, o Coronel Lima, se conheceram nos anos 80, quando o peemedebista ocupava a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e Lima trabalhava na Assistência Militar da pasta.
Nos anos 90 Coronel Lima e a Argeplan contribuíram para as campanhas de Temer. Já em 94 a empresa doou a Temer ao menos 500 mil reais em valores atualizados. “O crescimento econômico e político deles aconteceu simultaneamente, isso só mostra uma parceira que vai muito além de amizade”, afirma a dirigente.
De acordo com diversas denúncias o coronel ajudou Temer a construir sua carreira política e seu patrimônio com base em propinas e extorsões.
A primeira ligação aparece no caso do porto de Santos, denunciado por Erika Santos, então esposa de Marcelo de Azeredo. Na ocasião ela entregou à justiça documentos em que constavam a divisão da propina em 25% para Azeredo, 25% para Lima e 50% para Temer. O processo foi arquivado em segredo de Justiça na secretaria da 6ª Vara Criminal Federal.
Em seguida, a tentativa de delação premiada de José Antonio Sobrinho, dono da Engevixm, revelou que a indicação do presidente da Eletronuclear, almirante Othon Pinheiro, acusado de receber propinas em contratos da empresa, foi feita por Michel Temer. O golpista teria cobrado R$ 1 milhão por contratos da empresa junto à Eletronuclear, pagos ao coronel Lima.
O caso que envolve o dono da Engevix e a Eletronuclear foi desmembrado pelo STF. Ficou fora da Lava Jato.
O contador Florisvaldo Caetano de Oliveira, apontado como responsável pelas entregas de dinheiro a políticos do grupo da J&F, relatou ao menos dois encontros com o “amigo” de Temer.
De acordo com a delação, no segundo encontro Oliveira entregou R$ 1 milhão em espécie para Lima. O mesmo fato aparece na delação do diretor de relações Institucionais da J&F, Ricardo Saud.
Já na Fazenda Esmeralda, o prefeito Enio Simão, do PSDB, lembra que participou de um evento com Temer na propriedade, na campanha eleitoral de 2010. O peemedebista chegou de helicóptero.
Por reforma agrária
O MST aponta a retomada das políticas de reforma agrária, inclusive nas terras de políticos da estirpe de Michel Temer e coronel Lima, como uma das alternativas para geração de emprego, renda e produção de alimentos saudáveis. E defende a revogação de todas as medidas que retiram direitos dos trabalhadores.
“O objetivo desta jornada é denunciar o achaque à constituição brasileira, promovido pelo governo golpista de Michel Temer, tanto com as medidas provisórias absurdas que vem destruindo os direitos dos brasileiros, como com suas práticas corruptas escancaradas, junto a seus aliados”, esclarece Zuliane.
Desde o golpe, a bancada ruralista tem sido premiada com medidas como a MP 759, que prevê a entrega de títulos aos assentados, institucionalizando a venda destes e regularizando terras griladas na Amazônia. Além da alteração da Lei 5.079|71, que visa flexibilizar a compra de terras por estrangeiros e empresas transnacionais.
O cenário político também abre espaço para a retomada brutal da violência no campo. Segundo o Caderno de Conflitos no Campo, lançado neste ano pela CPT, 2016 contabilizou o maior número de assassinatos em conflitos de terra desde 2003. Foram 61 mortes no ano passado. Em 2017, já se contabilizam mais de 40 assassinatos.
Para Mercedes Zuliane esta é uma das características mais brutais do golpe. “A invisibilidade da realidade no campo e o estado exceção promovido por estas elites políticas espúrias garante a liberdade para o antigo latifúndio e o agronegócio atuarem expondo sua face mais cruel, matando a população rural e aqueles que lutam por ela, com requintes de tortura”, denuncia.
Ela também convida a população urbana a reagir. “Todos os trabalhadores e trabalhadoras estão sendo massacrados, de uma forma ou de outra. É o momento de nos unirmos e com apoio mútuo retomar a democracia, num processo de luta de todo povo brasileiro pela verdadeira justiça”.
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