sábado, 8 de julho de 2017

MÁFIA EMPRESARIAL DO PARÁ FOMENTA TERRORISMO APÓS A DERROTA DAS MEDIDAS DE REDUÇÃO DA FLORESTA NACIONAL DO JAMANXIM


Ibama sofre atentado no Pará após veto a Medidas Provisórias.  Madeireiros ilegais 
queimaram 1 carreta e 8 caminhonetes do IBAMA. Exigem a redução de 1/2 milhão de 
hectares da Flona do Jamanxim depois que as MPs 756 e 758 foram vetadas. Agem como 
alguém que pagou por algo e não recebeu.  

Acreditem se quiser. O Fórum de Entidades Empresariais do Pará assina carta ao presidente 
Michel Temer pedindo o fim do Fundo Amazonia. O problema não é o aumento vergonhoso do 
desmatamento, nem as ilegalidades que permitem que poucos se apropriem do que é de todos. Mas 
sim as ONGs que denunciam essas violações, a Noruega que doa $ ao País, e o Fundo Amazônia 
por ser submisso a propósitos “alienígenas”.
O que surpreende não é que ainda pensem assim, nem o discurso que requenta falácias do século 
passado, mas a falta de noção do quanto se apequenam ao se exporem dessa maneira. A continuar 
dando tiro no pé, pedem para serem deixados para trás. Isso porque tem gente séria do meio 
empresarial paraense bastante envergonhada com os que se dizem seus representantes. Iniciativas 
como o polo industrial e tecnológico de Benevides (EcoParque) ou dos Produtores Rurais de 
Paragominas (inspiração do "Municípios Verdes”) passaram a faturar muito mais quando 
incorporaram a responsabilidade socioambiental ao negocio. Querem distancia dessa visão 
ultrapassada, até porque entendem que ela sim é a maior ameaça à nossa soberania, na inércia de 
um modelo de ocupação que mais levou do que deixou riquezas.Não é o Fundo Amazonia, 
tampouco as ONGs, mas sim alguns dos nossos representantes dos 
setores políticos e produtivos que rodam o mundo oferecendo a qualquer custo o território 
paraense. Nada contra investimentos, desde que implantados de forma responsável, inteligente, 
em comum acordo com os atores locais, leis e convenções. Só que esse não é o caso por exemplo 
das mineradoras Belo Sun, canadense, e Hydra, inclusive com $ norueguês, que por sinal tiveram 
suas irregularidades denunciadas ao MP pelas ONGs que a carta abomina.

Órgão considera incidente como "atentado" e suspeita de 
madeireiros ilegais

Carreta com oito caminhonetes queimadas

No que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) qualifica como “atentado”, oito caminhonetes do órgão, além da carreta que as transportava, foram queimadas, na madrugada desta sexta (7/7), na localidade de Cachoeira da Serra, às margens da rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém), no município de Altamira, mas perto da cidade de Novo Progresso, no sudoeste do Pará. Outra carreta com o mesmo número de caminhonetes escapou.
A ação seria uma retaliação de madeireiros ilegais que atuam na Terra Indígena Menkragnoti, segundo o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo.
De acordo com ele, o serviço de inteligência do órgão já tinha identificado a intenção dos criminosos de queimar os veículos e os motoristas das carretas desobedeceram a orientação de dormir numa base militar próxima.
A informação sobre a intenção de reter os caminhões também circulou na região nos últimos dias. Desde o início da semana, associações de produtores rurais e políticos organizaram bloqueios na Cuiabá-Santarém, perto de Novo Progresso, para exigir que o governo envie ao Congresso um Projeto de Lei prevendo a redução em 480 mil hectares da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim. Os líderes da mobilização dizem que só vão liberar a estrada definitivamente quando a proposta for apresentada no parlamento.
Há algumas semanas, o ministro de Meio Ambiente, Sarney Filho, comprometeu-se com o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) a enviar o projeto, em regime de urgência, em troca do veto da Presidência da República às Medidas Provisórias (MPs) 756 e 758. A primeira previa a redução de 486 mil hectares da Flona. A segunda retirava 101 mil hectares do Parque Nacional do Jamanxim, também localizado na região. Sarney disse que o envio do PL à Câmara depende de um parecer do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (saiba mais).
Num áudio que circulou por Whatsapp a que a reportagem teve acesso, uma pessoa não identificada, que diz estar em Sorriso, no norte do Mato Grosso, conta que as carretas estão seguindo para Santarém, no Pará. “É o efeito Noruega desses dias”, comenta. A frase faz menção à viagem recente do presidente Michel Temer ao país escandinavo, em que o governo norueguês lembrou que os recursos do Fundo Amazônia, que conta com doações da Noruega e financia projetos de conservação ambiental no Brasil, seriam reduzidos por causa do aumento das taxas do desmatamento na Amazônia, medida já prevista nas normas do fundo. Antes e durante a viagem, representantes do governo norueguês manifestaram preocupação com a possível redução de áreas protegidas no Brasil.


Imagem do incêndio da carreta 
com caminhonetes do Ibama

O Fórum de Entidades Empresariais do Pará, que inclui uma série de organizações como a Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (FAEPA), pediu ao governador Simão Jatene (PSDB) a suspensão das atividades do Fundo Amazônia no estado no fim de junho.
Fontes em Novo Progresso contam que, diante desses fatos, havia a expectativa na cidade da intensificação da fiscalização do Ibama. Daí a intenção de parar as carretas do Ibama, o atentado e o clima tenso na região.
Luciano Evaristo conta, porém, que a frota de caminhonetes do órgão é renovada de dois em dois anos, que a chegada das carretas é normal e vinha sendo feita sem incidentes nos últimos anos. De acordo com ele, há alguns anos madeireiros ilegais chegaram a acorrentar um helicóptero do Ibama para impedir ações de fiscalização. Em junho do ano passado, o policial militar João Luiz de Maria Pereira foi assassinado em uma emboscada por madeireiros durante uma operação do órgão ambiental. Também seriam comuns ameaças a agentes da instituição.
Um produtor rural de Novo Progresso que prefere não se identificar diz que o grupo que cometeu o atentado é o mesmo que age roubando madeira, desmatando ilegalmente e grilando terras em várias das áreas protegidas da região, inclusive a Flona do Jamanxim. A quadrilha seria integrada pelos maiores desmatadores locais, também apoiaria o bloqueio da rodovia BR-163 e a redução das áreas protegidas.
Evaristo afirma que a economia local é movida pelo desmatamento, madeireiras e garimpos ilegais e garante que a repressão aos crimes ambientais vai aumentar. Ele informa que, além de encaminhar uma representação com os nomes dos suspeitos ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal (PF), o Ibama vai dobrar o efetivo na região. A emissão dos Documentos de Origem Florestal (DOF), necessários para o funcionamento de serrarias e madeireiras, foi paralisada e só será retomada depois de uma operação de fiscalização. Evaristo informa ainda que está articulando o apoio da PF e a Polícia Rodoviária Federal (leia nota do Ibama).
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