segunda-feira, 10 de julho de 2017

APÓS SINAL DE MORO, GLOBO JATO DISPENSA DELAÇÃO DE PALOCCI. O MOTIVO: NÃO INCRIMINOU LULA


A força-tarefa da Lava Jato praticamente descartou a delação premiada do ex-ministro 
Antonio Palocci; os investigadores da operação ficaram insatisfeitos com o material que foi 
oferecido pelo pelo petista; em maio deste ano, o ex-ministro trocou de advogado e começou a 
negociar a delação; a expectativa era de que, além de políticos de primeiro escalão, ele 
revelasse esquemas de corrupção envolvendo o mercado financeiro; no entanto, como Palocci 
não incriminou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em suas declarações, a equipe da 
Lava Jato não mostrou interesse em seguir em frente com o acordo.


As negociações para a delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci esfriaram muito nas últimas 
semanas.
O grupo de trabalho da Lava-Jato na Procuradoria-Geral da República está insatisfeito com o 
material oferecido até agora pelo petista, cuja delação prometia ser bombástica. Essencialmente, os 
investigadores se decepcionaram com Palocci, que não incriminou o ex-presidente Luiz Inácio Lula 
da Silva em seu depoimento. 
Palocci foi preso em setembro do ano passado, durante 35ª fase da Lava-Jato, batizada de "Omertá" - 
uma referência a origem do codinome "italiano", pelo qual o ex-ministro era chamado por executivos 
da Odebrecht. Ele foi acusado de receber milhões de reais em propina da empreiteira.
Em maio deste ano, o ex-ministro trocou de advogado e começou a negociar a delação. A 
expectativa era de que, além de políticos de primeiro escalão, ele revelasse esquemas de corrupção 
envolvendo o mercado financeiro. O temor sobre essa delação levou bancos e gestoras de recursos a 
consultarem previamente a Lava-Jato sobre a possibilidade de fechar acordos de leniência.
No dia 26 de junho, oito meses após sua prisão, Palocci foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro 
a 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
Ao dar a setença, Moro afirmou que a proposta de delação do ex-ministro soou mais como "ameaça" 
a antigos aliados do que como uma intenção verdadeira de celebrar um acordo.
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