quarta-feira, 12 de julho de 2017

DELCÍDIO CITOU LULA EM DELAÇÃO SÓ PARA GANHAR BENEFÍCIO, DIZ MPF


O ex-senador Delcídio Amaral pode ter citado o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da 
Silva para conseguir aumentar seu poder de barganha e, assim, ampliar os benefícios da 
delação premiada negociada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), avalia o 
procurador da República Ivan Cláudio Marx; de acordo com o representante do MPF, a 
palavra de Delcídio, que teve seu acordo homologado no Supremo Tribunal Federal (STF), 
perde credibilidade; "A participação de Lula só surgiu através do relato de Delcídio, não tendo 
sido confirmada por nenhuma outra testemunha ou corréu no processo", disse o procurador, 
em documento enviado à Justiça de Brasília; diante das evidências de que Delcídio teria 
implicado Lula apenas para obter mais benefícios, o procurador pediu o arquivamento das 
investigações contra o petista.  

247 - Para o procurador da República Ivan Cláudio Marx, o ex-senador Delcídio Amaral pode ter 
citado o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tentativa de atrapalhar as investigações 
da Operação Lava-Jato com o objeto de aumentar seu poder de barganha e, assim, ampliar os 
benefícios da delação premiada negociada com a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na avaliação de Ivan Marx, a palavra de Delcídio, que teve seu acordo homologado no Supremo 
Tribunal Federal (STF), perde credibilidade.
O diagnóstico foi feita em documento protocolado na Justiça Federal de Brasília no qual o 
procurador pediu o arquivamento de um procedimento investigatório criminal (PIC) que apurava a 
participação do ex-presidente Luiz Inacío Lula da Silva em tentativa de obstrução de justiça.
"Ademais, não se pode olvidar o interesse do delator em encontrar fatos que o permitissem delatar 
terceiros, e dentre esses especialmente o ex-presidente Lula, como forma de aumentar seu poder de 
barganha ante a Procuradoria-Geral da República no seu acordo de delação", escreveu Ivan Marx.
O pedido de arquivamento do procedimento não afeta diretamente outro processo, em curso na 
Justiça Federal, que apura se Lula participou dos esforços para comprar o silêncio do ex-diretor da 
Petrobras Nestor Cerveró, que viria a firmar acordo de delação. Mas essa ação penal, que tem sete 
réus, entre eles Lula, também é baseada na delação de Delcídio. E Ivan Marx faz considerações 
sobre o caso no documento.
"A participação de Lula só surgiu através do relato de Delcídio, não tendo sido confirmada por 
nenhuma outra testemunha ou corréu no processo. Ressalte-se não se estar aqui adiantando a 
responsabilidade ou não do ex-presidente Lula naquele processo, mas apenas demonstrar o quanto a 
citação de seu nome, ainda que desprovida de provas em determinados casos, pode ter importado 
para o fechamento do acordo de Delcídio do Amaral, inclusive no que se refere à amplitude dos 
benefícios recebidos. Assim, a criação de mais um anexo com a implicação do ex-presidente em 
possíveis crimes era sim do interesse de Delcídio. Por isso, sua palavra perde credibilidade", 
acrescentou o procurador.
__________________________________________

Nenhum comentário: