terça-feira, 18 de julho de 2017

DECISÃO DO STJ TORNA MAIS DIFÍCIL ENTREGAR A CABEÇA DE LULA A TEMPO PARA A GLOBO


Para dar entrevista à Globo, é nítido que Thompson Flores Lenz se preparou – parece até que 
estava maquiado -, o cenário foi montado – aquele retrato em óleo estava fora de lugar — e 
assumiu um compromisso que ele não tem condição de cumprir.

TRF não tem dono: ainda bem.

Por Joaquim de Carvalho

A promessa que o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Carlos Eduardo Thompson 
Flores Lenz, fez à Globo de julgar o ex-presidente Lula até a eleição do ano que vem, fica cada vez 
mais difícil de ser cumprida.
É que, segundo nota publicada na coluna Painel (Folha de São Paulo) de hoje, a presidente do STJ, 
Laurita Vaz, decidiu em liminar que, só após o veredicto unânime da corte, é que o condenado 
começa a cumprir pena. E isso dificilmente acontecerá até a eleição do ano que vem.
Para dar entrevista à Globo, é nítido que Thompson Flores Lenz se preparou – parece até que estava 
maquiado -, o cenário foi montado – aquele retrato em óleo estava fora de lugar — e assumiu um 
compromisso que ele não tem condição de cumprir.
Primeiro porque Thompson não faz parte da 8ª Turma do TRF, que julgará Lula, nem tem poderes 
para pautar o julgamento — que, naturalmente, não pode furar a fila de outros casos.
Quem dá o ritmo do julgamento é, primeiramente, o relator do processo. Em seguida, o revisor. O 
terceiro membro da turma também pode pedir vistas, se considerar que necessita analisar o caso.
Além disso, em caso de um voto divergente, com resultado desfavorável de 2 a 1, defesa pode 
apresentar embargos infringentes, o que levará à convocação de outros desembargadores para 
analisar a questão.
O princípio do embargo infringente é que um voto a favor do réu significa que existe uma dúvida 
razoável quanto à condenação e, por isso, o Direito admite o julgamento por um número maior de 
desembargadores.
É dentro dessa lógica que a presidente do STJ, Laurita Vaz, tomou sua decisão. Enquanto não estiver 
pacificado o julgamento, não há que se falar em cumprimento da pena.
Ao tomar essa decisão, a ministra Laurita Vaz não ganhará perfil da Globo.
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