terça-feira, 11 de julho de 2017

AO VIVO: CANALHAS QUEREM RASGAR A CLT



Pode ser consumada, hoje, no Senado, hoje, a última obra do governo Temer.
Como todas que fez, será uma obra de demolição.
Seu papel é fazer de tudo ruínas e o fez até de si mesmo, a ponto de se firmar uma convicção 
nacional de que, em mais ou menos dias, ele próprio desabará.
Antes, porém, vai tentar, todo, exibir musculatura acertando a golpes de marreta a CLT, obra de 
Getúlio Vargas que reuniu e ampliou o que décadas de lutas dos trabalhadores conquistaram.
É o que espera deles toda a gente bem posta, que julga que o problema do Brasil é seu povo, 
indolente, preguiçoso, incapaz.
Sob o desconhecimento público quase total, envolta pelo discurso de que “criará empregos” para 
iludir incautos e desesperados pela falta de trabalho, como se a garantia de mínimos direitos 
significasse o desemprego.
Quem puxar apenas um pouco pela memória vai se recordar do que diziam quando se legislou para 
acabar com a escravidão das empregadas domesticas. Lembram que diziam que teríamos milhões de 
mulheres pobres lançadas à rua?
Pois é, a mentalidade escravocrata de nossas elites nos levou a uma espécie de de democracia 
censitária, onde o desejo “do mercado” é imperial, incontestável e adquire ares de verdade absoluta, 
da qual discordar é quase doentio, patológico.
Aliás, o termo “esquerdopata” que usam é revelador do que pensam.
Os 75 anos da Consolidação das Leis do Trabalho, claro, exigem adaptações numa economia que 
ganhou novos formatos. Mas foram e são eles que nos fizeram caminhar para uma sociedade mais 
digna.
O trabalho é um valor, não uma tortura, não uma galé onde se chicoteia seres humanos para que 
remem mais e mais e mais.
O Brasil, ao que tudo indica, cruzará uma ponte para o passado, aos anos 20.
Não 2020: 1920, mesmo.

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