sábado, 3 de junho de 2017

Temer recebe bispos de igreja usada por Cunha para lavar dinheiro



Do Uol:

O presidente da República, Michel Temer (PMDB), recebeu nesta quinta-feira (1º), no Palácio do 
Planalto, bispos da Assembleia de Deus Ministério de Madureira, cujo presidente-executivo, bispo 
Samuel Ferreira, é investigado na Operação Lava Jato por lavagem de dinheiro para o ex-presidente 
da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba.
Segundo denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) acatada pelo STF (Supremo Tribunal 
Federal) em maio do ano passado, Cunha teria usado uma conta da igreja para lavar R$ 250 mil com 
o apoio dos então lobistas Júlio Camargo e Fernando Soares, mais conhecido como Fernando 
Baiano. Ambos viraram delatores na Lava Jato.
O montante seria parte dos US$ 5 milhões que Cunha supostamente recebeu de propina pela 
contratação de dois navios-sonda da Petrobras. O processo contra Samuel Ferreira está sob 
responsabilidade do juiz federal Sergio Moro, que cuida dos processos da Lava Jato em primeira 
instância.
Ao final do encontro com Temer, o presidente emérito da congregação e pai de Samuel, Manoel 
Ferreira, disse que a audiência foi “excelente”. “Viemos para fazer uma oração por ele e dizer que 
estamos orando e acompanhando o governo com as nossas orações. […] O sucesso dele é o sucesso 
de todos nós.”
Questionado pela reportagem do UOL em relação ao envolvimento da igreja com Eduardo Cunha, 
Manoel Ferreira falou que “isso é de cada pessoa”.
“Pessoa física, cada um cuida de si. Nós não cuidamos disso. Cuidamos de dirigir a igreja no Brasil. 
Não trato desse assunto. Sou bispo da igreja e trato da parte espiritual da igreja. Com relação à 
pessoa física, cada um responde por si próprio”, argumentou.
O advogado de Samuel Ferreira, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou ao UOL que o 
caso dele é “supertranquilo e que, até por isso, não está tendo maior evolução”.
Além de Manoel e cerca de 25 bispos, outros integrantes da comitiva na visita a Temer foram o 
ministro do Trabalho e pastor da Assembleia de Deus, Ronaldo Nogueira, e o presidente do PSC, 
pastor Everaldo.
A audiência não estava prevista na agenda diária de Temer divulgada no site do Planalto. No entanto, 
a assessoria de Temer avisou sobre o evento cerca de meia hora antes do encontro. No site do 
Planalto, até às 18h30, a reunião de Temer com os religiosos ainda não estava incluída na agenda.
Segundo o próprio Temer durante culto na igreja quando ainda era vice-presidente da República, ele 
é amigo da família há pelo menos 35 anos.
“Há 35 anos atrás, Deus me deu a alegria de conhecer o bispo Manoel Ferreira”, falou, ao lado de 
Eduardo Cunha, a quem chamou de “nosso grande representante”.
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