De todas as humilhações que o Brasil vem sofrendo desde o golpe parlamentar de 2016, que
arrasou a economia nacional e destruiu a imagem do País no mundo, nenhuma é tão simbólica
quanto a ausência do Brasil na próxima reunião do G20, na Alemanha; o motivo apontado pelo
Palácio do Planalto é a necessidade de cuidar da agenda interna, mas o fato é que nenhum
chefe de estado pretende posar ao lado de um personagem como Michel Temer, que acaba de
ser denunciado por corrupção; o mais triste é lembrar que, com Lula e Dilma, o Brasil
conseguiu esvaziar as reuniões do G7 e fazer com que os grandes debates econômicos
envolvessem também os países emergentes; com Temer, no entanto, o Brasil se tornou um pária
internacional.
BRASÍLIA (Reuters) - Em meio à crise política causada pela denúncia oferecida pelo procurador-
geral da República, Rodrigo Janot, o presidente Michel Temer desistiu de comparecer à cúpula do
G20 na próxima semana, informou o Palácio do Planalto.
Parte da equipe de governo defendia a viagem, sob a argumentação de que a presença de Temer seria
Parte da equipe de governo defendia a viagem, sob a argumentação de que a presença de Temer seria
importante para não passar a ideia de que o país estava sem liderança. A agenda interna, no entanto,
falou mais alto.
De acordo com uma fonte, havia o temor de que a ausência de Temer no Brasil no momento em que
o governo tenta votar a reforma trabalhista --possivelmente o último projeto importante que o
governo que conseguirá aprovar nos próximos meses-- poderia causar mais problemas para a
articulação política e pôr em risco a votação.
Além disso, nas próximas semanas o governo terá que se organizar para tentar derrubar a denúncia
contra Temer na Câmara dos Deputados. Apesar de precisar garantir apenas que os favoráveis à
denúncia não somem 342 dos 513 deputados, o Planalto teme a defecção nas bases.
Temer chegou a discutir a viabilidade da viagem com o ministro das Relações Exteriores, Aloysio
Temer chegou a discutir a viabilidade da viagem com o ministro das Relações Exteriores, Aloysio
Nunes Ferreira, nesta quarta-feira, mas tomou a decisão no início da noite.
O presidente teria uma extensa agenda de viagens internacionais nos próximos meses. Uma segunda
viagem, esta à Colômbia, no dia 11 de julho, já havia sido cancelada.
A participação na cúpula do Mercosul, no final de julho, na Argentina, ainda está prevista. Uma
fonte palaciana disse à Reuters que Temer pode cancelar até mesmo a participação na reunião do
bloco.
_____________________________________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário