O PSDB, que perdeu as últimas quatro eleições presidenciais, mas chegou ao poder por meio
de um golpe parlamentar, que instalou Michel Temer no poder, decidiu, nesta noite,
permanecer na base governista; o motivo declarado é garantir o apoio às reformas trabalhista
e previdenciária de Temer, que são rechaçadas pela população brasileira; o objetivo não
declarado é salvar o senador afastado Aécio Neves, que poderia ser cassado no conselho de
ética do Senado, se os tucanos retirassem o apoio a Temer; além disso, os tucanos precisam
garantir o foro privilegiado de alguns de seus ministros, como Aloysio Nunes e Bruno Araújo,
que devem ser denunciados ao STF; em pouco mais de um ano, o PSDB trocou a condição de
partido moralista pela posição de sustentáculo da corrupção no Brasil.
247 – Que diferença o tempo faz! Há pouco mais de um ano, o PSDB era o porta-voz de um discurso
moralista e hipócrita na política brasileira. Nesta noite, após reunião de sua Executiva Nacional, em
Brasília, os tucanos decidiram se tornar o sustentáculo da corrupção no Brasil.
Sim, o PSDB reafirmou o apoio a Michel Temer, que nos próximos dias será denunciado por
Sim, o PSDB reafirmou o apoio a Michel Temer, que nos próximos dias será denunciado por
corrupção, obstrução judicial e organização criminosa, depois que seu ex-assessor especial Rodrigo
Rocha Loures recebeu uma mala com R$ 500 mil em propinas. Tudo, é claro, em nome das reformas
trabalhista e previdenciária.
Isso significa que o partido que perdeu as últimas quatro eleições presidenciais, mas chegou ao poder
por meio de um golpe parlamentar, permanece na base governista.
O motivo declarado é garantir o apoio às reformas, que são rechaçadas pela população brasileira. No
O motivo declarado é garantir o apoio às reformas, que são rechaçadas pela população brasileira. No
entanto, há também um o objetivo não declarado, que é salvar o senador afastado Aécio Neves, que
poderia ser cassado no conselho de ética do Senado, se os tucanos retirassem o apoio a Temer. Sem
esse apoio, o PMDB de Romero Jucá estava pronto para guilhotinar Aécio, o senador que tocou fogo
no País "só para encher o caso" e que viu seus 48,5 milhões de votos na última eleição presidencial
virarem pó. Na última pesquisa, Aécio apareceu com 1%.
O político mineiro, no entanto, não é o único tucano encrencado com a Justiça. O PSDB também
O político mineiro, no entanto, não é o único tucano encrencado com a Justiça. O PSDB também
precisa garantir o foro privilegiado de alguns de seus ministros, como Aloysio Nunes e Bruno
Araújo, que devem ser denunciados ao Supremo Tribunal Federal.
Ou seja: em pouco mais de um ano, o PSDB trocou a condição de partido moralista pela de
sustentáculo da corrupção no Brasil. A tal ponto que até o procurador Deltan Dallagnol, sempre
obcecado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, passou a dizer que a solução para salvar a
Lava Jato é prender Aécio.
Tarde demais: o golpe dos corruptos contra a presidente honesta já foi dado e a corrupção está no
poder. Com a assinatura e o DNA do PSDB.
Leia, abaixo, reportagem da Reuters sobre o apoio tucano a Temer
BRASÍLIA (Reuters) - Principal parceiro do governo, o PSDB deverá manter o apoio ao presidente
Leia, abaixo, reportagem da Reuters sobre o apoio tucano a Temer
BRASÍLIA (Reuters) - Principal parceiro do governo, o PSDB deverá manter o apoio ao presidente
Michel Temer com "condicionantes" após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de absolvê-
lo no processo que poderia cassá-lo, na avaliação de importantes quadros da legenda ouvidos pela
Reuters.
A Executiva Nacional do partido realiza nesta segunda-feira uma reunião para avaliar a situação do
A Executiva Nacional do partido realiza nesta segunda-feira uma reunião para avaliar a situação do
governo e decidir se permanece avalizando Temer, que está sob pressão também por ser alvo de
inquérito no Supremo Tribunal Federal por suspeita de ter praticado os crimes de organização
criminosa, corrupção passiva e obstrução de Justiça.
Iniciada por volta das 18h, o encontro ampliado da Executiva do partido conta com
Iniciada por volta das 18h, o encontro ampliado da Executiva do partido conta com
aproximadamente 60 participantes dentre governadores, prefeitos, deputados, senadores e ministros
da legenda-- caso dos titulares da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, e das Relações
Exteriores, Aloysio Nunes, do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do prefeito da capital
paulista, João Doria, além do presidente nacional interino da sigla, senador Tasso Jereissati (CE).
A avaliação de tucanos é que a absolvição pelo TSE --em processo originalmente movido pelo
PSDB-- deu um fôlego para Temer continuar à frente do Palácio do Planalto e seguir na condução da
agenda de reformas, tida como principal motivo para o respaldo da legenda ao governo.
Contudo, esse apoio está ligado ao não surgimento de fatos novos que venham a inviabilizar a gestão
Contudo, esse apoio está ligado ao não surgimento de fatos novos que venham a inviabilizar a gestão
do peemedebista, segundo critérios desses dirigentes.
Entre as condicionantes, estão tanto o peso das acusações que o procurador-geral da República,
Entre as condicionantes, estão tanto o peso das acusações que o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, fará contra Temer no episódio envolvendo a delação da JBS e uma eventual paralisia
na tramitação das reformas no Congresso, em especial a da Previdência, além da possível
desidratação do texto dessa reforma para agradar ao restante da base aliada.
Para evitar o rompimento com o governo, medida que tem sido cobrada em sua maioria pelos
Para evitar o rompimento com o governo, medida que tem sido cobrada em sua maioria pelos
integrantes mais jovens da legenda, a cúpula tucana faz o seguinte cálculo: o partido quer firmar um
pacto de "reciprocidade" com o PMDB, o maior partido do país, a fim de viabilizar uma candidatura
presidencial em 2018, seja do governador paulista, Geraldo Alckmin, do prefeito paulistano, João
Dória, ou de outro nome da legenda.
Afastar-se dos peemedebistas poderia levar ao isolamento do PSDB em relação a outras legendas
Afastar-se dos peemedebistas poderia levar ao isolamento do PSDB em relação a outras legendas
que rondam o espectro político do governo, como o DEM e o PPS, com prováveis prejuízos no
próximo ano em termos de aliança.
Para o secretário-geral do PSDB, deputado federal Silvio Torres (SP), com a decisão do TSE de
manter Temer no cargo, seria "contramão" para a legenda não permanecer apoiando o governo.
"Isso poderia por em risco o que o país conseguiu", advertiu Torres, o principal aliado de Alckmin na
"Isso poderia por em risco o que o país conseguiu", advertiu Torres, o principal aliado de Alckmin na
atual direção partidária.
"O projeto político do PSDB é lançar uma candidatura a presidente ano que vem e nós temos que
"O projeto político do PSDB é lançar uma candidatura a presidente ano que vem e nós temos que
avaliar como fazer esse projeto avançar: fazer isso em sintonia com o governo Temer ou isso
independente do governo?", questionou o líder do partido no Senado, Paulo Bauer (SC).
"Como partido que deu apoio ao governo no início, não precisaríamos deixá-lo neste momento de
"Como partido que deu apoio ao governo no início, não precisaríamos deixá-lo neste momento de
crises e problemas", completou.
Apesar do desejo de deputados da legenda de entregarem os quatro ministérios que ocupam, há quem
Apesar do desejo de deputados da legenda de entregarem os quatro ministérios que ocupam, há quem
na atual direção partidária seja contra a "saída da Esplanada" com a manutenção do apoio às
reformas do governo apenas no Congresso. Argumentam que a medida não teria eficácia porque
poderia desobrigar integrantes do partido a apoiar a agenda de reformas.
Há ainda um fator colateral: o apoio do PSDB ao governo peemedebista deve evitar também o
avanço do processo de cassação do presidente licenciado do partido, o senador Aécio Neves (MG),
também envolvido na delação da JBS. O Conselho de Ética do Senado é comandado pelo PMDB,
que dita o rumo do caso.
A tendência é que o partido não tome qualquer decisão sobre permanência ou não na base do
governo na reunião desta segunda-feira.
"Não é o momento", ponderou o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, questionado sobre a
possibilidade de uma decisão na noite desta segunda.
Na mesma linha, o senador José Serra (SP), disse esperar uma "boa discussão" para ouvir os
Na mesma linha, o senador José Serra (SP), disse esperar uma "boa discussão" para ouvir os
"diversos segmentos" do PSDB e "sentir a alma do partido".
Em outra frente, o governador do Paraná, Beto Richa, defendeu a continuidade do apoio ao governo
Em outra frente, o governador do Paraná, Beto Richa, defendeu a continuidade do apoio ao governo
e às reformas.
"Isso está possibilitando uma reativação positiva da economia", disse o governador tucano.
A avaliação é que, no máximo, o partido fixe um prazo limite para que as "condicionantes" sejam
A avaliação é que, no máximo, o partido fixe um prazo limite para que as "condicionantes" sejam
cumpridas, do contrário podem deixar a aliança.
Essa decisão, no entanto, deve provocar um racha no partido por conta do descontentamento de
Essa decisão, no entanto, deve provocar um racha no partido por conta do descontentamento de
parlamentares tucanos mais jovens que defendem o desembarque do governo, grupo liderado pelo
deputado Daniel Coelho (PE).
Não está descartada, inclusive, a saída de alguns desses deputados do partido, o que pode desfalcar a
Não está descartada, inclusive, a saída de alguns desses deputados do partido, o que pode desfalcar a
bancada tucana em entre seis e 10 parlamentares. Aécio já foi informado por aliados desse
movimento de "diáspora" na bancada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário