sábado, 17 de junho de 2017

CUBA É CORTINA DE FUMAÇA, O ALVO DE TRUMP É O PETRÓLEO DA VENEZUELA

Me parece que as agressões, a maneira desrespeitosa com que Trump se referiu a Cuba, na 
verdade, é uma cortina de fumaça para esconder o alvo verdadeiro do império americano: a 
maior reserva de petróleo do planeta que é a Venezuela. O alvo real dos Estados Unidos são as 
maiores reservas de petróleo do mundo, na Venezuela, governada por Nicolás Maduro. 
"Trump diz que os Estados Unidos têm obrigação de garantir a democracia na América Latina 
e citou Cuba, obviamente. Mas fez referências repetidas à Venezuela, dizendo que se não 
houver democracia na Venezuela, os Estados Unidos terão que intervir de alguma maneira"

no Nocaute.



O presidente Donald Trump anunciou hoje à tarde em Miami que vai anular os acordos assinados 
pelos presidentes Barack Obama e Raul Castro. O Trump falava para uma plateia em Miami que eu 
conheço bem. Para escrever o livro sobre os cinco cubanos que estavam presos nos Estados Unidos, 
eu passei dois anos viajando para Miami, fui umas quinze vezes para entrevistar essa gente, esse 
submundo. É uma máfia de traficantes de drogas, armas. E usam a alavanca, a gazua da 
contrarrevolução para sobreviver.
É grave o que o Trump anunciou, mas ele não anulou integralmente o que foi assinado entre Obama 
e Raúl. Por exemplo, os dois países mantêm relações diplomáticas e os familiares de cubanos que 
vivem nos Estados Unidos vão poder continuar viajando para Cuba. Mas há ameaças gravíssimas, 
por exemplo, suspender as viagens de cidadãos norte-americanos, que ainda eram limitadas. Para se 
ter uma ideia no passado inteiro, quase trezentos mil norte-americanos foram a Cuba. Este ano os 
trezentos mil estão chegando agora, no meio do ano. Então, a tendência é que isso fosse dobrar.
O Trump está fazendo isso, na minha opinião com dois objetivos: primeiro lugar é algo que é 
espantoso: ele está atendendo reivindicações da extrema, extrema direita cubana da Flórida, cubano-
americana. O que é há de pior. Há pesquisas de opiniões públicas que foram feitas ao longo dos 
últimos meses que mostram que 75% da população norte-americana são a favor, não só dos acordos 
entre Obama e Raúl, mas sobretudo a favor do fim do bloqueio, que não acabou até hoje.
É uma provocação, evidentemente, não acho que isso vá avançar muito, mas eu temo que possa estar 
havendo aí aquele jogo de botar o bode na sala. Porque o Trump faz referências também à Venezuela.
Diz que os Estados Unidos têm obrigação de garantir a democracia na América Latina e citou Cuba, 
obviamente. Mas fez referências repetidas à Venezuela, dizendo que se não houver democracia na 
Venezuela, os Estados Unidos terão que intervir de alguma maneira. Olha, eles estão caçando 
encrenca, porque a Venezuela hoje, tem forças armadas coesas com projeto bolivariano. Segundo que 
é um exército muitíssimo bem armado.
A Venezuela tem hoje, por exemplo, 36 caças bombardeios Sukhoi Su-30 russos, que são capazes de, 
decolando de Caracas, chegar em pouco mais de uma hora e bombardear Washington ou Nova 
Iorque. É muito ruim, é uma ameaça que afeta todo o mundo essa arrogância, essa volta da política 
imperial dos Estados Unidos na América Latina.
Mas eu insisto nisso, me parece que as agressões, a maneira desrespeitosa com que Trump se referiu 
a Cuba, na verdade, isso é uma cortina de fumaça para esconder o alvo verdadeiro do império 
americano: a maior reserva de petróleo do planeta que é a Venezuela. Vamos ficar de olho.
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