terça-feira, 27 de junho de 2017

COM MEDO DA DELAÇÃO DE PALOCCI, LAVA JATO JÁ ESTUDA COMO PRESERVAR OS BANCOS. É MAIS UMA EVIDÊNCIA DE QUE MORO PROTEGE OS RICOS COMO JÁ FEZ NO ESCÂNDALO DO "BANESTADO"


Lava Jato estuda como preservar bancos do impacto da delação de Palocci

Monica Bergamo


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O ex-ministro Antonio Palocci foi condenado, nesta segunda-feira (26), a 12 anos, 2 meses e 20 dias 
de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro.
Em sua sentença, o juiz Sérgio Moro afirmou que as declarações de Palocci de que "teria muito a 
contribuir com a Operação Lava Jato" soaram mais como "ameaça".
"Agregue-se ainda que o condenado é um homem poderoso e com conexões com pessoas igualmente 
poderosas e pode influir, solto, indevidamente contra o regular termo da ação penal e a sua devida 
responsabilização. Aliás, suas declarações em audiência, de que seria inocente, mas que teria muito a 
contribuir com a Operação Lavajato (item 609), só não o fazendo no momento pela "sensibilidade da 
informação", soaram mais como uma ameaça para que terceiros o auxiliem indevidamente para a 
revogação da preventiva, do que propriamente como uma declaração sincera de que pretendia 
naquele momento colaborar com a Justiça." 
Ou seja. Por ai começa a proteção aos ricos, os banqueiros e mercado financeiro.
Se for verdade que a força-tarefa da Operação Lava Jato esteja estudando uma forma de preservar o 
mercado financeiro numa eventual delação do ex-ministro Antonio Palocci - como afirma a 
jornalista Monica Bergamo nesta segunda-feira (26) -, está evidenciado que a Justiça está mais 
preocupada em proteger os ricos.
De acordo com Bergamo, a ideia seria separar os bancos, como empresas, dos executivos que 
cometeram crimes. Estaria circulando já uma complexa negociação com os bancos antes ainda da 
divulgação completa dos termos da delação de Palocci. "Quando eles viessem a público, as 
instituições financeiras já teriam feito acordos de leniência com o Banco Central, pagando as multas 
e liquidando o assunto. Isso em tese evitaria turbulências de proporções ainda maiores do que as 
inevitáveis", diz a nota da jornalista.
O que causa estranheza é que, na hora de apresentar as delações que atingiram em cheio o cenário 
político, nas suas mais altas cúpulas, não houve qualquer preocupação com as consequências para as 
instituições do país. Parece, se esta informação for verdadeira, que é mais importante para a Justiça 
proteger o mercado financeiro e os ricos do que o país e o processo político nacional.
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