sexta-feira, 23 de junho de 2017

COM INVEJA DAS PALESTRAS DE LULA FRANGOTE DA GLOBO JATO QUER SE TRANSFORMAR NUM MILIONÁRIO DAS PALESTRAS


Dr. Deltan, o senhor pode provar que não foi “lavagem de dinheiro”?

Quando o procurador da República Deltan Dallagnol se tornará um milionário das palestras?
Sabe-se que, em 2016, ele faturou 219 mil reais em 12 palestras destinadas a financiar um hospital 
de câncer infantil.
Uma excelente iniciativa, mas que está longe de esclarecer o principal: deve um procurador da 
República ganhar dinheiro a partir da notoriedade obtida num cargo público?
O dinheiro e a fama obtidos não podem incentivar um procurador a turbinar suas acusações, usando 
power points repletos de convicções mas com poucas provas?
A lista de clientes de Dallagnol permanece em segredo. Não se sabe quantas palestras fez, quantas 
foram pagas, se houve ganho financeiro pessoal.
Ao Valor Economico, Dallagnol disse que a atividade é “legal, lícita e privada”.
O ex-ministro da Justiça, Eugenio Aragão, não concorda. Pegou pesado numa carta aberta ao 
colega:
Como funcionário público que você é, reputação é um ativo imprescindível, sobretudo para quem 
fica jogando lama “circunstancializada” nos outros, pois, em suas acusações, quase sempre as 
circunstâncias parecem mais fortes que os fatos. E, aqui, as circunstâncias, o conjunto da obra, não 
lhe é nada favorável.
Sempre achei isso muito curioso. Muitos membros do Ministério Público não se medem com o 
mesmo rigor com que medem os outros.
Quando fui corregedor-geral só havia absolvições no Conselho Superior. Nunca punições.
E os conselheiros ou as conselheiras mais lenientes com os colegas eram implacáveis com os 
estranhos à corporação, daquele tipo que acha que parecer favorável ao paciente em habeas corpus 
não é de bom tom para um procurador.
Ferrabrás para fora e generosos para dentro.
Você também se mostra assim. Além de comprar imóvel do programa “Minha Casa Minha Vida” 
para especular, agora vende seu conhecimento de insider para um público de voyeurs moralistas da 
desgraça alheia.
É claro que seu sucesso no show business se dá porque é membro do Ministério Público, 
promovendo sua atuação como se mercadoria fosse.
Um detalhe parece que lhe passou talvez desapercebido: como funcionário público, lhe é vedada 
atividade de comércio, a prática de atos de mercancia de forma regular para auferir lucro.
Dallagnol foi alvo de reclamação dos deputados petistas Wadih Damous e Paulo Pimenta. O 
Conselho Nacional do Ministério Público abriu procedimento para apurar.
Segundo o Valor, a mais recente palestra de Dallagnol foi para a XP Investimentos, em São Paulo. O 
ingresso custou R$ 800. A empresa, que atua no mercado financeiro, diz que tem 230 mil cientes 
com R$ 65 bi em valor sob custódia.
Durante a campanha pelas 10 Medidas contra a Corrupção, uma ação institucional do Ministério 
eletrônicos através de depósitos bancários.
Este fato suscita várias perguntas: é lícito para um procurador da República, representante de um 
Estado laico, usar sua presença para turbinar um evento que serve a uma causa religiosa? É lícito 
para um agente do estado, pago por contribuintes que podem ser ateus ou budistas, emprestar 
prestígio obtido em sua ação pública para arrecadação financeira de um grupo religioso específico?
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