terça-feira, 2 de maio de 2017

O PERFEITO (PREFEITO) IDIOTA BRASILEIRO


Para o deputado estadual e líder do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Alencar Santana Braga, a reação do prefeito João Doria (PSDB), que arremessou ao chão flores recebidas de uma ciclista em um protesto contra os mortos nas marginais, "é uma demonstração de sua capacidade de admitir as falhas em sua gestão, e de como há uma confusão de interesses, pois ele age na Prefeitura de São Paulo como se estivesse gerenciando uma de suas empresas privadas e como se ele fosse o dono da cidade e não eleito pelas pessoas"

Fora tudo, Doria tem que ser multado por jogar flores na rua

“Gentalha, gentalha, gentalha”
Ao jogar para fora do carro as flores que recebeu como uma homenagem aos ciclistas mortos nas Marginais, o prefeito João Doria não só foi grosseiro com a mulher que fazia um tipo de protesto pacífico.
Ele violou o artigo 172 do Código de Trânsito Brasileiro – “atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias”, infração de gravidade média, punível com 4 pontos na carteira do motorista e multa de R$ 85,13.
Para a lei, não importa se o objeto foi jogado pelo motorista ou o passageiro – no caso, o Doria. A multa vai para o dono do carro – provavelmente ele –, e os pontos para a carteira do condutor, o motorista de Doria.
O problema maior é o mau exemplo.
Um dos mais graves problemas da cidade é o descarte de objetos em vias públicas.
Parece pouco, mas em uma cidade de 11 milhões de habitantes, se todos jogarem um papelzinho de bala no chão, os bueiros ficarão entupidos e a poluição dos rios aumentará.
O Tâmisa de Londres, por exemplo, ficou limpo não apenas porque houve investimento pesado na instalação de rede de esgotos e na construção de estações de tratamento.
Houve uma intensa campanha para educar a população no sentido de que ninguém deveria atirar objetos no chão, pois, de alguma forma, se não ficarem enroscados no bueiro, vão para o rio.
No Brasil, algumas cidades, como Goiânia ou o Rio de Janeiro, têm leis que estabelecem multas para quem joga objetos na rua.
Em São Paulo, tramitam na Câmara Municipal projetos para punir com multa cidadão que se comportam como o prefeito João Doria.
Pelo menos um projeto já passou por todas as comissões, mas ainda não foi votado pelo plenário.
No Senado, um projeto de lei apresentado pelo ex-senador Pedro Taques, hoje governador do Mato Grosso do Sul, prevê tornar a prática punível com multa em todo território nacional.
Ao dar parecer favorável ao projeto, o relator, senador Jorge Viana, do PT, disse que a maneira mais efetiva de punir quem suja a cidade é com multa.
“Sanções pecuniárias ainda são ações pedagógicas e preventivas necessárias para se evitar condutas indesejadas”, disse ele.
Doria, que espalhou pela cidade adesivos com o slogan de sua administração, Cidade Linda, não tomou ainda nenhuma iniciativa nesse sentido.
No governo de Gilberto Kassab, há sete anos, foi sanciona a lei que prevê multa para quem joga lixo em local impróprio, mas apenas se a quantidade de lixo for superior a 50 quilos.
No site da prefeitura, tem uma campanha que o prefeito João Doria deveria ver.
Chama-se Minuto Cidadão, a Cidade Mais Perto de Você.
Renato, do Cangaíba, pergunta:
“Por que a prefeitura não cria multa para quem joga lixo na rua?”
O locutor responde:
“A multa existe, Renato. Começa em 50 reais e vai até 12 mil quando uma empresa ou pessoa joga na rua uma quantidade de lixo ou entulho maior do que 50 quilos. Só que, mais importante do que a multa, e a conscientização de todos de que o lixo deve ser descartado no lugar certo.”
As flores não são lixo, mas, se Doria não queria recebê-las, poderia descartá-las em local próprio.
Faltou consciência ao cidadão.
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Alencar Santana Braga, na Revista Fórum - O Prefeito de São Paulo tem transformado sua gestão em uma aberração midiática diária: passa o dia fazendo vídeos para o Facebook e tentando passar a impressão que é trabalhador quando, na verdade, tem feito uma administração ruim, abandonado a zeladoria da cidade, paralisado obras, aumentado as tarifas do transporte público, cortado verbas das escolas e permitido o aumento das filas por vagas de creche.
Neste domingo, no entanto, até quem acreditava nas ações midiáticas de Doria pôde ver o quanto ele não tem perfil para governar a maior e mais plural cidade do país, agindo de forma agressiva com aqueles e aquelas que criticam sua gestão.
Com a Paulista aberta às pessoas – e fechada aos automóveis – o Prefeito foi até o local e, além de entrar na área reservada para pedestres de carro, agiu de forma rude com ciclistas que pediam pela manutenção e ampliação dos quase 400 km de ciclovias existentes na cidade, em especial depois das notícias sobre o plano de Doria de retirar as vias segmentadas, o que causaria mais acidentes e mortes. Ao entrar no carro, recebeu de uma ciclista um ramo de flores "em nome dos mortos nas marginais" e, antes de avançar com o veículo, atirou as flores no chão.
Flagrado pelas câmeras da imprensa e dos cidadãos e cidadãs presentes na Avenida Paulista, prontamente Doria começou a ser criticado pelas redes sociais, tanto pela falta de trato com as críticas quanto pela agressividade da ação e, num gesto de ainda mais prepotência, respondeu via assessoria de comunicação da Prefeitura que agiu contra um "ato invasivo" e, mais tarde, atacou os ciclistas, os chamando de "egoístas".
A atitude de João Doria é uma demonstração de sua capacidade de admitir as falhas em sua gestão, e de como há uma confusão de interesses, pois ele age na Prefeitura de São Paulo como se estivesse gerenciando uma de suas empresas privadas e como se ele fosse o dono da cidade e não eleito pelas pessoas.
Ainda, o Prefeito que começou sua gestão se vestindo de gari e fingindo limpar a cidade, arremessou as flores pela janela do carro e, além de sujar a cidade, esqueceu que, segundo o Código Nacional de Trânsito estabelece multa média de R$ 130 reais e quatro pontos na carteira para "quem atirar ou abandonar na via objeto e substâncias".

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