Diretor da PF decide manter em segredo financiadores do filme Polícia Federal – A Lei é Para
Todos; Pimenta levará caso ao MPF
financiadores do filme Polícia Federal – A Lei
é Para Todos; Pimenta levará caso ao MPF
Embora tenha conhecimento, o diretor-geral da
Embora tenha conhecimento, o diretor-geral da
Polícia Federal, Leandro Daiello, afirmou que
não vai revelar quem são os financiadores do
filme “PF – A Lei é Para Todos”.
A decisão de manter em segredo está expressa
A decisão de manter em segredo está expressa
em resposta encaminhada ao deputado federal
Paulo Pimenta (PT-RS), que solicitou, via Lei de
Acesso à Informação (LAI), uma série de
questionamentos sobre as possíveis ilegalidades na relação entre a PF e a equipe de filmagem.
Segundo Daiello, “a Polícia Federal teve acesso à relação de financiadores do filme, mas não é
Segundo Daiello, “a Polícia Federal teve acesso à relação de financiadores do filme, mas não é
possível o fornecimento de tal documentação”.
De acordo com a LAI, a recusa no fornecimento de informação constitui conduta ilícita que enseja
De acordo com a LAI, a recusa no fornecimento de informação constitui conduta ilícita que enseja
responsabilidade do agente público ou militar.
Além de não revelar quem são os financiadores do filme, o diretor-geral admite ainda que a Polícia
Além de não revelar quem são os financiadores do filme, o diretor-geral admite ainda que a Polícia
Federal colaborou com a equipe de filmagens, embora reconheça que “não tenham sido elaborados
documentos” prevendo essa colaboração.
Por outro lado, os produtores do filme desmentem Leandro Daiello e garantem, sim, que foi firmado
Por outro lado, os produtores do filme desmentem Leandro Daiello e garantem, sim, que foi firmado
um “acordo exclusivo de cooperação” com a PF.
Contrato de “boca”
Para Pimenta, na medida em que reconhece a inexistência de ato formal para a celebração de
Para Pimenta, na medida em que reconhece a inexistência de ato formal para a celebração de
convênios entre PF e produtores do filme, Daiello confessa irregularidades de várias naturezas.
“A falta de um ato formal, além de ser um escândalo, configura ato de improbidade administrativa.
“A falta de um ato formal, além de ser um escândalo, configura ato de improbidade administrativa.
Como pode o diretor-geral da PF admitir que estabeleceu um contrato de ‘boca’ com a produção de
um filme, em que seus financiadores são mantidos sob segredo para a população brasileira?”,
questiona o deputado.
Para Pimenta, ao negar as informações solicitadas, o diretor-geral da PF acabou fornecendo um
Para Pimenta, ao negar as informações solicitadas, o diretor-geral da PF acabou fornecendo um
conjunto de elementos que revelam ilegalidades, e que agora serão levadas ao Ministério Público
Federal, que já apura contra Leandro Daiello possível prática de ato de improbidade administrativa,
peculato, abuso de autoridade e prevaricação por conta da relação – segundo Pimenta – “promíscua”,
estabelecida entre a PF e os produtores do filme.
Financiadores
De acordo com informações recebidas pelo deputado Pimenta, há suspeitas de que a maior parte do
Financiadores
De acordo com informações recebidas pelo deputado Pimenta, há suspeitas de que a maior parte do
filme é financiada por grandes empresas da indústria da carne, que foram beneficiadas por acordos
de delação premiada.
Como contrapartida, sequer foram instauradas contra essas empresas inquéritos para apurar
efetivamente os crimes que tenham cometidos.
O filme “Polícia Federal – A Lei é Para Todos – tem sido alvo de inúmeras críticas por ser uma peça
O filme “Polícia Federal – A Lei é Para Todos – tem sido alvo de inúmeras críticas por ser uma peça
de perseguição política. Em março deste ano, o delegado Igor Romário de Paula confessou que a PF
gravou, sem autorização da Justiça, imagens internas do apartamento do ex-presidente Lula, durante
condução coercitiva dele, em março de 2016.
Segundo noticiado na imprensa, essas imagens foram entregues aos produtores do filme e à revista
Segundo noticiado na imprensa, essas imagens foram entregues aos produtores do filme e à revista
Veja. Em visita à sede da Polícia Federal de Curitiba, o ator Ary Fontoura, que participa do filme,
confirmou as suspeitas sobre a colaboração ilegal cometida pela Polícia Federal: “Vim assistir às
gravações que a PF fez da condução coercitiva do Lula”.
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