quinta-feira, 18 de maio de 2017

GLOBO & VOVÒ ADAMS: SÓ AS RUA PODEM IMPEDIR UM NOVO GOLPE CONTRA A DEMOCRACIA

Vovo Adams no programa de Bial

Por Kiko Nogueira 

Logo depois que o jornal O Globo divulgou a notícia de que Michel Temer deu o seu aval para a JBS 
comprar o silêncio de Eduardo Cunha – o que significa obstrução da Justiça –, muitas pessoas 
começaram a se concentrar em frente ao escritório da presidência, na Avenida Paulista, em São Paulo.
Mas a TV Globo não divulgou imagens nem noticiou com destaque essa manifestação. Não é por 
acaso. A delação premiada dos empresários Wesley e Joesley Batista, donos da JBS, torna Michel 
Temer um morto vivo na presidência, mas, para removê-lo, duas forças entrarão em ação.
Uma é formada por aqueles que reivindicam a renúncia e a convocação de eleições diretas. Outra é 
aquela que também quer a renúncia, mas uma sucessão sem povo. Já aconteceu isso em vários 
momentos da história do Brasil. A última foi na eleição indireta de Tancredo Neves, em 1985.
Carmen Lúcia, a presidente do Supremo Tribunal Federal, recebeu fora da agenda no Supremo 
Tribunal Federal um grupo de grandes empresários, com o diretor geral da TV Globo Carlos 
Henrique Schroeder entre os visitantes. Também participou de programas da Globosat e da Globo.
A Pedro Bial, Carmen Lúcia falou de sua família em Minas Gerais e foi aplaudida pela plateia, ao 
tecer comentários sobre a Lava Jato. Ministro de Supremo Tribunal Federal participar de programa 
de televisão já é um problema, com aplauso da plateia então dispensa comentário.
Na hipótese cada mais próxima de fim do governo Temer, o primeiro na linha de sucessão é Rodrigo 
Maia, depois vem Eunício de Oliveira e, por fim, Carmen Lúcia. Rodrigo Maia e Eunício estão 
citados na Lava Jato. Carmen Lúcia não.
Caso Temer não renuncie, mas caia por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, que pode acelerar o 
julgamento da cassação da chapa Dilma/Temer, a lei determina a realização de novas eleições diretas.
Nesse caso, Rodrigo Maia, Eunício ou Carmen Lúcia convocaria novas eleições, num prazo de 90 
dias. O exemplo de que esse é o caminho institucional foi dado no Estado do Amazonas, 
recentemente. Lá, governador e vice foram cassados e novas eleições serão realizadas.
O impeachment ou a renúncia de Temer também levaria a uma nova eleição, mas indireta, e os 
eleitores seriam os deputados e senadores do atual Congresso Nacional – esse que está contaminado 
pelas delações da Lava Jato.
Sobre os eleitores, não há dúvida. Mas ainda há interpretações divergentes sobre quem poderia se 
candidatar. Uma corrente advoga que qualquer brasileiro nato com 35 anos ou mais poderia colocar 
seu nome à disposição dos deputados e senadores, inclusive Carmen Lúcia.
Não tenha dúvida: é nessa eleição indireta que as mesmas forças que colocaram Temer no Planalto já 
estão trabalhando. Sem povo é muito mais fácil manter um governo deles, para eles e por eles.
Mas, com pressão popular, a renúncia de Temer pode ser acompanhada da decisão do Congresso de 
aprovar uma emenda constitucional, dando ao povo o direito de eleger o presidente do País, mesmo 
faltando menos de dois anos para o término do mandato.
Afinal, que legitimidade tem um Congresso eleito com dinheiro da Odebrecht (e de outras 
empreiteiras) para escolher o primeiro mandatário do Brasil?
O que vai decidir por um caminho ou outro é a intensidade das manifestações na rua.

Cármen Lúcia (STF) 
cria ‘Conselhão’ e 
reúne pesos pesados do PIB

Poder 360, em 08.05.2017


Foi a 2ª reunião da presidente da Corte com
‘grupo do PIB’; encontro é feito com discrição;
magistrada pede reserva;
lista de presentes tem diretor da Globo e donos de empresas
A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia, recebeu em seu gabinete, na
manhã desta 2ª feira (8.mai.2017), 1 seleto grupo de 13 empresários. Foi a 2ª reunião organizada pela
magistrada com esse grupo. Tudo é feito de maneira muito discreta e a presidente do Supremo pede
reserva a todos os participantes.
A magistrada e os empresários trataram especialmente da “judicialização das relações de trabalho no
país“. A conclusão é que 1 pouco será resolvido com a reforma trabalhista, mas muito ainda terá de
ser pacificado pelo Poder Judiciário.

Eis a lista de participantes da reunião:

Betania Tanure (consultora da BTA – Betania Tanure Associados);
Candido Bracher (novo presidente do Itaú Unibanco);
Carlos Schroder (diretor-geral da Rede Globo);
Chieko Aoki (fundadora e presidente da rede Blue Tree Hotels);
Décio da Silva (controlador da fabricante de motores Weg);
Flavio Rocha (dono das lojas Riachuelo);
Jefferson de Paula (chefe da ArcelorMittal Aços Longos na América do Sul);
Luiza Helena Trajano Rodrigues (dona da rede Magazine Luiza);
Paulo Kakinoff (presidente da Gol Linhas Aéreas);
Pedro Wongtschowski (empresário do grupo Ultra, dono da rede Ipiranga);
Rubens Menin (dono da construtora MRV);
Walter Schalka (presidente da Suzano Papel e Celulose);
Wilson Ferreira (presidente da Eletrobras).
PÃO DE QUEIJO E SUCO
O encontro do “Conselhão” de Cármen Lúcia começou por volta de 9h30, no gabinete da 
magistrada. Terminou depois de 13h30. Não foi servido almoço. Só alguns petiscos (pão de queijo, 
por exemplo) e suco.
O HORIZONTE É 2018
A presidente do STF já disse não ter interesse em disputar a corrida pelo Planalto. Mas está cada vez 
mais se qualificando para o caso de mudar de opinião no ano que vem.
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