sexta-feira, 5 de maio de 2017

APESAR DO DEPUTADO QUE SERÁ RELATOR NEGAR, CRIAÇÃO DE COMISSÃO ESPECIAL PODE ADIAR ELEIÇÕES DE 2018, SIM


Apesar de Vicente Cândido negar, criação de comissão especial pode adiar eleições de 2018, sim

O deputado federal divulgou nota informando que a PEC, de 2003, não diz nada sobre 2018 
mas, sim, visa descoincidir eleições do legislativo e executivo a partir de 2026. Uma vez 
discutida em comissão e no plenário, no entanto, qualquer um pode colocar uma emenda e 
modificar a data que entra em vigor. À Fórum, deputado Paulo Pimenta disse que discutir esta 
matéria neste momento é “temerário”

Redação da Fórum

O deputado federal Vicente Cândido (PT-SP), que será o relator da comissão especial que analisará a 
PEC 77/2003, informou por meio de nota divulgada nesta quinta-feira (4) que a instalação da 
comissão especial para a matéria, autorizada também nesta quinta-feira por Rodrigo Maia (DEM-
RJ), não ameaça as eleições de 2018, conforme noticiado pelo site Brasil 247.
Cândido disse que a PEC, que é também uma tentativa de acelerar a reforma política, trata “da 
descoincidência das eleições a partir de 2022 (em anos separados para executivo e legislativo), fim 
dos cargos de vice, mandato de dez anos para representantes das Cortes e adoção do sistema distrital 
misto nas eleições a partir de 2026″, numa tentativa de tranquilizar a população de um eventual 
adiamento das eleições de 2018.
O fato de um projeto de 2003 ser desenterrado às pressas, neste momento, abre dúvidas, no entanto, 
de qual o real objetivo de se aprovar a proposta. Uma vez criada uma comissão especial, qualquer 
um pode apresentar uma emenda e modificar a data que a medida entra em vigor.
“Mas jabuti não sobe em árvore, e quem conhece o parlamento sabe que, em plenário, alteram-se 
datas e prazos com muita facilidade – sobretudo quando eles dão de presente mais dois anos de 
mandato a deputados e senadores, ao lado do presidente da República. Um senhor presente para a 
classe política, que chafurda hoje no mar da impopularidade. E fica a pergunta: por que ressuscitar 
uma PEC de 2003, com admissibilidade já aprovada? Provavelmente porque alguém tem pressa”, 
escreveu, no blog Os Divergentes, a jornalista Helena Chagas.
É o mesmo temor de Paulo Pimenta (PT-RS) que é, inclusive, do mesmo partido do relator Vicente 
Cândido. À Fórum, Pimenta afirmou que discutir essa PEC neste momento, desta maneira, é 
“temerário e arriscado”.
“Não é um debate para ser feito neste momento, em meio a um golpe”, disse o deputado, informando 
ainda que discutirá o assunto nesta sexta-feira (5) na bancada.
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