segunda-feira, 10 de abril de 2017

OFFSHORES TÊM R$ 8 BILHÕES EM IMÓVEIS EM SÃO PAULO


Mais de 3,4 mil imóveis localizados nas áreas mais caras de São Paulo, avaliados em cerca de 
US$ 2,7 bilhões, cerca de R$ 8 bilihões, pertencem a empresas ligadas a offshores; constatação 
está em um estudo da ONG Transparência Internacional, ONG; de acordo com o 
levantamento, 236 empresas em regime de offshore detêm 3.452 propriedades, em São Paulo, 
onde mais da metade (65%) das companhias estrangeiras no Brasil têm sede; mais da metade 
dessas empresas (87%) estão registradas em cinco localidades: nas lhas Virgens Britânicas, no 
Uruguai, nos Estados Unidos, no Panamá e na Suíça

Marli Moreira, repórter da Agência Brasil

Mais de 3,4 mil imóveis localizados nas áreas mais caras de São Paulo, avaliados em cerca de US$ 
2,7 bilhões, pertencem a empresas ligadas a offshores – corporações abertas nos chamados paraísos 
fiscais, países que oferecem isenções de impostos e taxas e ainda mantêm sob sigilo o nome do 
proprietário.
A constatação está em um estudo da Transparência Internacional, uma organização não 
governamental (ONG) com sede em Berlim. A ONG suspeita de lavagem de dinheiro oriundo de 
desvios dos cofres públicos.
De acordo com o levantamento, 236 empresas em regime de offshore detêm 3.452 propriedades, em 
São Paulo, onde mais da metade (65%) das companhias estrangeiras no Brasil têm sede. Em seu 
relatório, a ONG destaca que essa concentração se deve ao fato da presença na capital paulista da 
maior bolsa de valores da América Latina, a atual BM&FBovespa, que atrai os investidores para 
imóveis de grande valorização no mercado.
Mais da metade dessas empresas (87%) estão registradas em cinco localidades: nas lhas Virgens 
Britânicas, no Uruguai, nos Estados Unidos, no Panamá e na Suíça. Segundo o estudo, recursos 
originados de corrupção são aplicados em offshores nas Ilhas Virgens Britânicas e no Panamá, onde 
o anonimato no registro de empresas facilita que "corruptos driblem autoridades fiscais e policiais."
A ONG acrescenta que, em 70% dos 200 grandes casos de corrupção analisados pelo Banco 
Mundial, os arranjos corporativos secretos, como trusts e empresas offshore foram usados para 
lavagem de dinheiro e para esconder o proprietário dos ativos adquiridos. De acordo com a 
Transparência Internacional,, a estratégia desses corruptos foi investir em imóveis, opção de negócio 
que tem risco relativamente baixo, o que permite a lavagem de dinheiro de grandes quantias em 
operação única.
"Como os verdadeiros donos estão escondidos, não se sabe ao certo o montante de propriedades 
compradas com recursos da corrupção", cita o relatório. No estudo, a Transparência Internacional 
citou o caso do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, preso em 2015, por participar do esquema de 
corrupção na Petrobras. A ONG lembra que Cerveró foi sentenciado a cinco anos de prisão por 
comprar um apartamento de luxo no valor de US$ 2,4 milhões, no Rio de Janeiro, com recursos de 
propina e que, para isso, usou uma empresa offshore. 
O estudo alerta que "o investidor em offshore age por intermédio de "profissionais facilitadores", 
como advogados, contadores e corretores, e pode controlar pessoas jurídicas no Brasil e, por meio 
dessas, comprar joias, iates e propriedades imobiliárias. Essas operações, muitas vezes, tentam 
ocultar os proventos e rastros da grande corrupção, diz a ONG.
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