terça-feira, 25 de abril de 2017

Lula promete regulamentação da mídia, se eleito presidente em 2018


 
Jornal GGN - O ex-presidente Lula disse que "se tudo correr bem" e ele conseguir disputar o Palácio do Planalto em 2018, vai adotar como promessa de campanha a "regulamentação" da mídia, numa tentativa de democratizar os meios de comunicação. O petista denotou que a decisão ocorre após ele ter sido alvo preferencial da cobertura negativa e seletiva provocada pela operação Lava Jato.
 
"Um recado para a imprensa: nós vamos ter que dizer que vamos regulamentar os meios de comunicação", disparou Lula, durante um seminário em Brasília para discutir a economia brasileira, com perspectivas para o desenvolvimento, soberania nacional e inclusão, promovido pelas bancadas do PT na Câmara e Senado e Fundação Perseu Abramo, na segunda (24).
 
Segundo Lula, a regulação - que já foi discutida nos dois governos do PT, sem nenhum avanço - seria nos moldes feitos com a imprensa europeia, de maneira "democrática", não de acordo com os modelos cubano e chinês. 
 
Lula ainda disse que não entende o ódio dos grandes meio de comunicação do Brasil com ele e o PT, principalmente porque durante seu governo, as empresas de mídia cresceram mais do que em qualquer outro período da história.
 
O ex-presidente disse que vai "dizer durante a camanha algumas verdade que são duras", como a intenção de cortar o diálogo com alguns veículos que têm sido tendenciosos. "Porque, sinceramente, ser candidato para depois ficar preocupado com 'você que jantar com os Marinhos [donos da Globo], você tem que almoçar no Estadão, e a Veja, você não vai conversar?'. Não vou! Eles vão ter que aprender que eles estão lidando com um cidadão diferente. Que tem mais honra, mais caráter e é mais honesto do que eles."
 
ECONOMIA
 
Lula também avaliou que o País está "desgovernado" e que Michel Temer, por não ter sido eleito, não tem credibilidade nem força para impor às mudanças necessárias. Ao contrário disso, adotou uma agenda de desmonte do País e de geração de desemprego.
 
O ex-presidente ainda rebateu uma notícia sobre o FMI ter classificado a reforma da previdência no Brasil como "imperativa", alegando que a instituição "não tem nenhuma autoridade moral para dar palpite sobre o que nós devemos ou não fazer. Foi por isso que nós tomamos a decisão de não dever mais ao FMI."
 
Para o petista, 2018 vai ser mais do que uma disputa para eleger o novo presidente. É preciso construir, nesse momento, a base parlamentar necessária à aprovação dos projetos que vão fazer o país retomar o crescimento com inclusão, apontou Lula. "Para fazer as mudanças que a gente deseja, precisamos construir uma maioria comprometida com essas mudanças em 2018."
 
Além de regulação da mídia, Lula deixou claro que se voltar a ser presidente, a política internacional do Brasil vai voltar a priorizar as relações com a América Latina e África. "Veja uma coisa: se eu for indicado por vocês e se tudo der certo e eu possa ser candidato, eu não posso dizer que vou fazer tudo que fiz, eu preciso fazer mais. Se eu for candidato a alguma coisa, ele tem que saber que, primeiro, a nossa política internacional vai privilegiar relação com América Latina e África, precisa ter política de transferência de tecnologia", disse Lula, para quem a atual política internacional é digna de uma "elite com complexo de vira-lata".
 
O ex-presidente também disse que em seu eventual governo, "o BNDES vai voltar a ser banco de desenvolvimento, e vai voltar a emprestar dinheiro, sim. O Banco do Brasil vai voltar a ter função de banco público. Que brincadeira é essa que esse País agora virou o país do rentismo?", disparou.
 
LAVA JATO
 
Sobre o depoimento ao juiz Sergio Moro, em Curitiba, sobre o caso triplex, que deve ocorrer no dia 10 de maio, Lula disse que está tranquilo e ansioso para ter direito à defesa sem ataques desequilibrados da imprensa.
 
O ex-presidente também comentou a situação de Léo Pinheiro, preso há mais de um ano na Lava Jato e que, contrariando notícias publicadas ano passado, decidiu dizer, agora, que o triplex era de Lula. "O cara que tá condenado a 26 anos vai falar: 'pô, vou entregar até minha mãe'", disse o petista, ao lembrar que outros delatores tiveram grandes benefícios pensando dessa maneira.

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