No Blog do Rovai
A greve geral de hoje é uma demonstração clara e evidente de que não vai ser nada fácil para o golpismo enfiar goela baixo dos trabalhadores suas reformas.
Mas não é só isso. É muito mais.
O movimento social está dando um baile de inteligência e estratégia nos protestos, que estão sendo realizados numa lógica de guerrilha e de redes.
Os movimentos paralisam uma via ou local e quando a polícia chega, os manifestantes se deslocam para outro ponto. Isso tem evitado o confronto e ao mesmo tempo vai promovendo interrupções em vários locais. Num momento o alvo é o aeroporto do Santos Dumont, duas horas depois é a Ponte Rio-Niteroi. E assim por diante.
Ao mesmo tempo essas ações são fotografadas e filmadas, tanto por populares como pela mídia tradicional e livre, e as imagens e videos vão ganhando as redes e ampliando o impacto das ações.
É a greve geral 2.0. Uma greve que mistura redes e ruas com inteligência.
Ela não seria possível se não houvesse adesão popular, porque a rejeição seria imensa. Mas a greve de hoje é imensamente popular e isso já ficava claro há alguns dias.
Mesmo pessoas que tinham dificuldades para realizá-la, queriam qualquer desculpa para aderi-la. E com os movimentos impactando o deslocamento nas ruas, o povo cruzou os braços sem resistir. Muito pelo contrário.
Quem ainda não assistiu o filme a Batalha de Seattle, um drama-documentário que conta a história dos protestos contra a OMC, em 1999, deve aproveitar o dia de hoje para vê-lo.
Aquelas ações fizeram com que o mundo contivesse por um tempo a sanha capitalista que buscava avançar contra os direitos trabalhistas e eliminar legislações ambientais que, no discurso liberal, atrapalhavam o desenvolvimento. E de alguma forma é essa mesma agenda que o golpismo tenta enfiar goela abaixo dos brasileiros.
A Batalha de Seattle também resultou no Fórum Social Mundial e numa reação global àquele discurso. E para a América Latina foi fundamental na construção de um discurso de enfrentamento aos partidos neoliberais que levou a eleição de governos mais comprometidos com o campo popular e progressista.
É por isso que deve-se prestar muita atenção nesta greve geral. Ela reposiciona completamente as peças para a disputa política no Brasil.
Mostra que o campo popular está vivo e tem força para enfrentar o golpismo e o neoliberalismo. E mais do que isso, que tem capacidade para reagir à narrativa da Rede Globo com os novos instrumentos de mídia livre que a cada dia ampliam sua força.
A maior derrotada na batalha de 28/4 é a Globo. Num primeiro momento ela tentou esconder a greve. Ontem, o JN, por exemplo, ignorou o movimento. E hoje a emissora está desde as primeiras horas do dia buscando criminalizá-lo. E tudo isso deu ruim. Fazendo com que a Globo ficasse menor.
Os políticos que estão de olho em 2018 certamente já perceberam que nem com a Globo alguém que explicite esse discurso neoliberal sairá vitorioso das urnas.
Ou seja, a greve de hoje segura ao menos simbolicamente essa onda. E aponta uma nova perspectiva.
Hoje parece ser o dia 1 de um novo jogo. É verdade que o lado de lá pode querer endurecer as ações, mas ao mesmo tempo ficou agora ainda mais claro o tamanho do risco de se fazer isso.
A greve geral de hoje é aquela linha imaginária que os moleques desenhavam na rua entre dois que estavam prestes a brigar. E que vinha acompanhada de uma frase babaca: “quem for homem cospe aqui”. Em geral o pau comia quando isso acontecia.
O que se viu hoje é um pouco isso. O lado que estava acantonado resolveu avançar essa linha. E demarcar um novo espaço para a disputa. O que pode levar o Brasil a muitos confrontos.
Mas essa parece ser a única forma de impedir que se perca tudo que foi conquistado a duras penas. O campo popular está deixando claro hoje que está vivo, vivíssimo. E que se o lado de lá quiser guerra, vai ter.
Você pode achar isso chato, feio etc. e tal. Mas infelizmente a história mostra que essa é a única linguagem que o capital entende quando está com seus dentes afiados. Ele só recua quando percebe que pode perder os dentes.
Mas não é só isso. É muito mais.
O movimento social está dando um baile de inteligência e estratégia nos protestos, que estão sendo realizados numa lógica de guerrilha e de redes.
Os movimentos paralisam uma via ou local e quando a polícia chega, os manifestantes se deslocam para outro ponto. Isso tem evitado o confronto e ao mesmo tempo vai promovendo interrupções em vários locais. Num momento o alvo é o aeroporto do Santos Dumont, duas horas depois é a Ponte Rio-Niteroi. E assim por diante.
Ao mesmo tempo essas ações são fotografadas e filmadas, tanto por populares como pela mídia tradicional e livre, e as imagens e videos vão ganhando as redes e ampliando o impacto das ações.
É a greve geral 2.0. Uma greve que mistura redes e ruas com inteligência.
Ela não seria possível se não houvesse adesão popular, porque a rejeição seria imensa. Mas a greve de hoje é imensamente popular e isso já ficava claro há alguns dias.
Mesmo pessoas que tinham dificuldades para realizá-la, queriam qualquer desculpa para aderi-la. E com os movimentos impactando o deslocamento nas ruas, o povo cruzou os braços sem resistir. Muito pelo contrário.
Quem ainda não assistiu o filme a Batalha de Seattle, um drama-documentário que conta a história dos protestos contra a OMC, em 1999, deve aproveitar o dia de hoje para vê-lo.
Aquelas ações fizeram com que o mundo contivesse por um tempo a sanha capitalista que buscava avançar contra os direitos trabalhistas e eliminar legislações ambientais que, no discurso liberal, atrapalhavam o desenvolvimento. E de alguma forma é essa mesma agenda que o golpismo tenta enfiar goela abaixo dos brasileiros.
A Batalha de Seattle também resultou no Fórum Social Mundial e numa reação global àquele discurso. E para a América Latina foi fundamental na construção de um discurso de enfrentamento aos partidos neoliberais que levou a eleição de governos mais comprometidos com o campo popular e progressista.
É por isso que deve-se prestar muita atenção nesta greve geral. Ela reposiciona completamente as peças para a disputa política no Brasil.
Mostra que o campo popular está vivo e tem força para enfrentar o golpismo e o neoliberalismo. E mais do que isso, que tem capacidade para reagir à narrativa da Rede Globo com os novos instrumentos de mídia livre que a cada dia ampliam sua força.
A maior derrotada na batalha de 28/4 é a Globo. Num primeiro momento ela tentou esconder a greve. Ontem, o JN, por exemplo, ignorou o movimento. E hoje a emissora está desde as primeiras horas do dia buscando criminalizá-lo. E tudo isso deu ruim. Fazendo com que a Globo ficasse menor.
Os políticos que estão de olho em 2018 certamente já perceberam que nem com a Globo alguém que explicite esse discurso neoliberal sairá vitorioso das urnas.
Ou seja, a greve de hoje segura ao menos simbolicamente essa onda. E aponta uma nova perspectiva.
Hoje parece ser o dia 1 de um novo jogo. É verdade que o lado de lá pode querer endurecer as ações, mas ao mesmo tempo ficou agora ainda mais claro o tamanho do risco de se fazer isso.
A greve geral de hoje é aquela linha imaginária que os moleques desenhavam na rua entre dois que estavam prestes a brigar. E que vinha acompanhada de uma frase babaca: “quem for homem cospe aqui”. Em geral o pau comia quando isso acontecia.
O que se viu hoje é um pouco isso. O lado que estava acantonado resolveu avançar essa linha. E demarcar um novo espaço para a disputa. O que pode levar o Brasil a muitos confrontos.
Mas essa parece ser a única forma de impedir que se perca tudo que foi conquistado a duras penas. O campo popular está deixando claro hoje que está vivo, vivíssimo. E que se o lado de lá quiser guerra, vai ter.
Você pode achar isso chato, feio etc. e tal. Mas infelizmente a história mostra que essa é a única linguagem que o capital entende quando está com seus dentes afiados. Ele só recua quando percebe que pode perder os dentes.
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