quarta-feira, 15 de março de 2017

NO PRIMEIRO ANO DO GOLPE, ACONTECE O ÓBVIO: DESIGUALDADE AUMENTA


O golpe parlamentar realizado por uma aliança de políticos corruptos contra uma presidente 
honesta, Dilma Rousseff, mergulhou o Brasil em sua maior recessão econômica, corroeu a 
economia em 7,4% nos últimos dois anos e desempregou 12,6 milhões de pessoas; em 2016, foi 
registrado o primeiro aumento da disparidade da renda familiar per capita no País, depois de 
22 anos de redução; segundo a FGV Social, o índice de Gini, que mede a desigualdade, chegou 
0,5229 no ano passado, alta de 1,6% em relação ao ano anterior; quanto mais perto de zero 
estiver, mais igual é a sociedade; com o resultado, o Brasil voltou três anos no tempo e anulou a 
redução da desigualdade registrada em 2014 e 2015; "Estamos andando para trás em justiça 
social", resume o diretor da FGV Social, Marcelo Neri.

247 - O golpe parlamentar realizado por uma aliança de políticos corruptos contra uma presidente 
honesta, Dilma Rousseff, mergulhou o Brasil em sua maior recessão econômica, produzindo uma 
retração de 7,4% do PIB nos últimos dois anos, e desempregando 12,6 milhões de pessoas.
A consequência direta deste fenômeno foi o aumento da desigualdade. Em 2016, foi registrado o 
primeiro aumento da disparidade da renda familiar per capita no País, depois de 22 anos de redução. 
É o que mostra o índice de Gini, medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) Social.
O indicador — que varia de zero a um e que, quanto mais perto de zero estiver, mais igual é a 
sociedade — chegou a 0,5229 no ano passado, alta de 1,6% em relação ao ano anterior. Com o 
resultado, o Brasil voltou três anos no tempo e anulou a redução da desigualdade registrada em 2014 
e 2015.
Segundo o economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social e ex-presidente do Instituto de Pesquisa 
Econômica Aplicada (Ipea), o aumento na desigualdade registrado no ano passado preocupa 
principalmente porque o bolo a ser dividido não só encolheu, mas murchou para os mais pobres.
" Estamos andando para trás em justiça social. Em 2015, apesar de o índice de Gini ter ficado 
estável, a renda dos 5% mais pobres já havia caído 14%, e a pobreza, aumentado 19,3%. O resultado 
de 2016 penalizando este grupo novamente é uma desgraça. Se os mais pobres estão perdendo mais, 
as empresas vendem menos. A queda do consumo é mais forte quando a desigualdade aumenta. 
Programas voltados aos mais pobres, como o Bolsa Família, têm um impacto multiplicador sobre a 
demanda da economia três vezes maior que o da Previdência ou o do FGTS", afirma Neri. 
Ignorando todos os indicadores que mostram o abismo em que o Brasil foi jogado com o golpe 
parlamentar de 2016, o governo de Michel Temer tenta avançar com uma agenda de "reformas", 
como a da Previdência e a trabalhista, que tendem a agravar ainda mais o quadro de desigualdade no 
País.
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