terça-feira, 7 de março de 2017

MARCHA PARA CURITIBA


"Moro não vai enfrentar Lula, nem poderia, uma vez que são duas personagens de dimensões 
diferentes. Será tão somente uma formalidade ditada pelas circunstâncias. Lula pertence à 
História, é fruto de um doloroso processo de emancipação humana, saído da pobreza sem 
nunca tê-la perdido de vista, base de sua ação política, desde sempre. É tanto amado quanto 
odiado pelas suas virtudes", diz o jornalista Leandro Fortes; "No dia 3 maio, milhares de 
brasileiros estarão em Curitiba para presenciar essa pantomima judicial, talvez a mais 
simbólica – e a mais patética – desde o golpe de 2016. Será um daqueles momentos em que, 
graças a um catalisador poderoso, a voz das pessoas decentes poderá ser ouvida além dos urros 
das hordas protofascistas que, não faz muito tempo, se travestiram de verde e amarelo para 
pedir a queda de uma presidenta eleita democraticamente"

LEANDRO FORTES

Dia 3 de maio, o juiz Sérgio Moro não vai apenas se encontrar com Lula, o que, aliás, já deve ser motivo de imensa ansiedade – para não dizer pavor – para o magistrado da região agrícola.
Mestre de cerimônias de uma farsa montada para impedir Lula de se candidatar, em 2018, à Presidência da República, Moro terá que viver a terrível experiência do ser diminuto, irrelevante, postado diante de um gigante político cercado de carinho e admiração popular.
Não que alguém espere surpresas: Moro não se prestou a esse papel, até aqui, para decepcionar seus tutores da mídia e da extrema-direita incrustada no empresariado nacional.
Para Moro, Lula não é sequer um troféu pessoal: é uma entrega urgente.
Ainda assim, será uma cena curiosa a de vê-lo, com sua dicção adolescente, entrecortada de rancor, interrogando um réu previamente absolvido por 65 TESTEMUNHAS com relação às fábulas do triplex, do sítio, dos pedalinhos e do barco de lata.
Moro não vai enfrentar Lula, nem poderia, uma vez que são duas personagens de dimensões diferentes. Será tão somente uma formalidade ditada pelas circunstâncias.
Lula pertence à História, é fruto de um doloroso processo de emancipação humana, saído da pobreza sem nunca tê-la perdido de vista, base de sua ação política, desde sempre. É tanto amado quanto odiado pelas suas virtudes.
Moro é o Joaquim Barbosa da vez, com o troféu de plástico do faz-diferença da TV Globo na estante do gabinete, adulado pela turba criada no ódio antipetista semeado pela mídia, agraciado, aqui e acolá, com biografias encomendadas a jornalistas subliteratos que, justiça seja feita, encaixam-se na encomenda, no tamanho e na forma.
No dia 3 maio, milhares de brasileiros estarão em Curitiba para presenciar essa pantomima judicial, talvez a mais simbólica – e a mais patética – desde o golpe de 2016.
Será um daqueles momentos em que, graças a um catalisador poderoso, a voz das pessoas decentes poderá ser ouvida além dos urros das hordas protofascistas que, não faz muito tempo, se travestiram de verde e amarelo para pedir a queda de uma presidenta eleita democraticamente.
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