quinta-feira, 16 de março de 2017

MAIS DE 1 MILHÃO FORAM ÀS RUAS CONTRA O GOLPE E PELO DIREITO DE SE APOSENTAR


Protestos em várias capitais do País reuniram mais de 1 milhão de pessoas nesta quarta-feira 
15; na Avenida Paulista, mais de 100 mil pessoas, segundo a CUT, já ocupam todas as faixas, 
nos dois sentidos, contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Temer e por 
mudanças na lei trabalhista; ato terá a participação do ex-presidente Lula; protestos 
gigantescos foram também registrados em cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, 
Recife, Fortaleza, entre outras, além de paralisações em diversas setores, como transporte, 
bancos e educação; o ministério da Fazenda, em Brasília, foi ocupado por movimentos sociais 
por cerca de nove horas; "Governo corrupto vai tirar os direitos dos trabalhadores?", 
questionou hoje mais cedo o presidente da CUT, Vagner Freitas.

por : Pedro Zambarda de Araujo


Em seu elemento (foto Pedro Zambarda)

Lula subiu no palanque na avenida Paulista durante o ato contra as reformas de Temer por volta das 19h, abraçando militantes e amigos, e foi chamado ao microfone como aquele “que sempre defendeu os trabalhadores”.
A multidão, calculada em 200 mil pessoas, veio abaixo. Com folhas de papel nas mãos, o ex-presidente não saiu da pauta, mas fez pronunciamento de candidato.
Ele começou o discurso cumprimentando os professores e secundaristas, acompanhado do som de fogos de artifício estourando ao fundo.
Disparou contra Michel Temer: “Está ficando cada vez mais claro que o golpe não foi contra a Dilma e não foi apenas contra os partidos de esquerda. Foi um golpe contra as conquistas da classe trabalhadora através das reformas trabalhista e da Previdência Social”.
Chamou Temer de ilegítimo e de sem votos: “Embora o governo não tenha nenhuma representatividade, ele conseguiu montar dentro do Congresso Nacional uma força política que quase nenhum presidente eleito conseguiu. Eles querem enfiar uma reforma que vai proibir milhões e milhões de brasileiros consigam se aposentar”.
Ele também falou que as reformas vão afetar os trabalhadores do Nordeste, que conquistaram direitos ao longo dos anos de seu governo. Lula também disse que o problema hoje “não é o dinheiro”.
“Gostaria muito que o Meirelles estivesse me ouvindo agora. Queria que o Temer tivesse me ouvido. Só assim eles iriam perceber que a política de geração de empregos e renda criaram um crescimento inédito entre 2004 e 2014”.
Lula discorreu sobre o aumento de 54% em sua gestão da previdência com a queda continuada do desemprego e da informalidade.
O ex-presidente admite que as aposentadorias públicas têm problemas, mas acredita que a economia deveria gerar oportunidades de trabalho antes de promover tais cortes.
Foram apenas 10 minutos. Ao final, disse que o Brasil era admirado nos Estados Unidos, na Europa e na Argentina. Hoje, Temer tem medo de ir a Bolívia.
“A única forma de mudar esta situação é com povo na rua, utilizando seus instrumentos de luta. É só desta forma que teremos um presidente legítimo”, declarou.
O discurso de Lula foi seguido pelo do vereador Eduardo Suplicy. A manifestação contra as reformas tomou a Paulista durante a noite começando às 16h, depois da saída da Força Sindical de Paulinho e da UGT, que não queriam se misturar com petistas.
Foram 19 capitais na greve geral.

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