sexta-feira, 3 de março de 2017

LULA: UM ANO DEPOIS, PF NÃO DEVOLVEU TABLET DO MEU NETO


O garoto de quatro anos é acusado de algo? Bens apreendidos pertencem a familiares que 
sequer foram alvo da medida (Reprodução)

No dia 4 de março do ano passado, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão, 
assinado pelo juiz de primeira instância Sérgio Moro, e levou do Instituto Lula, da residência do ex-
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e das de outros colaboradores e diretores do instituto aparelhos 
de informática que contenham arquivos de dados, como computadores e telefones celulares.
Foram dezenas de aparelhos, tanto pertencentes ao Instituto do Lula como a seus colaboradores. Mas 
não só deles. Sérgio Moro também autorizou busca e apreensão na casa de todos os filhos de Lula e 
dona Marisa. Moro autorizou busca e apreensão de todos os aparelhos eletrônicos com arquivos nas 
casas de pessoas que não têm nada a ver com a investigação posta em prática pelos policiais, que não 
são investigadas em procedimento policial algum.
Tanto que, entre os aparelhos apreendidos pelos policiais, estão inclusive os de noras do ex-
presidente e de seus netos, menores de idade. Como o tablet de um deles, de quatro anos de idade. 
Não se tem conhecimento de que o garoto seja investigado por qualquer crime.
Um ano após a apreensão, nenhum dos aparelhos foi devolvido. Nenhum. Nem o tablet do garoto, 
que continha apenas arquivos de jogos e filmes infantis. A explicação oficial é que todos os 
aparelhos estão, até agora, "sob averiguação".
Os advogados responsáveis pela defesa de Lula e do presidente do Instituto, Paulo Okamotto, 
protocolaram ao juiz Sérgio Moro para que os aparelhos fossem finalmente devolvidos, considerando 
que já houve tempo hábil para averiguar os arquivos. A resposta do magistrado foi de que "esta 
questão deve ser tratada com a Polícia Federal". A autoridade policial responsável, por sua vez, disse 
apenas o que seguiu acima, que o material segue sendo averiguado.
Já o advogado de Lula, Cristiano Martins Zanin, explica que "é evidente que cabe ao juiz zelar pela 
restituição do material apreendido, independentemente das alegações da autoridade policial. Até 
porque parte dos bens apreendidos pertencem a familiares do ex-Presidente Lula que sequer foram 
alvo da medida e, por isso mesmo, jamais poderiam ter sido levados."
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