segunda-feira, 27 de março de 2017

Trabalhadores pagam a conta das denúncias da Carne Fraca, diz MST


Jornal GGN - Em nota pública sobre a Operação Carne Fraca, deflagrada há duas semanas pela Polícia Federal, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra afirma que as denúncias reafirmam as contradições do modelo do agronegócio brasileiro. 
O MST também pede que as empresas envolvidas sejam punidas e ressalta que “mais uma vez a conta está sendo paga pelas trabalhadoras e trabalhadores da agroindústria da carne”, que agora já sofrem com as condições de trabalho e agora são prejudicados por demissões em massa decorrentes da reação às denúncias, como o embargo de diversos países à carne brasileira. 
Na nota, o movimento também critica o ‘conluio entre a mídia e o governo golpista’ que tenta esconder o processo de corrupção entre os fiscais do Ministério da Agricultura e as empresas do agronegócio. “Exigimos que seja investigada a apropriação privada desse Ministério pelo agronegócio”, diz o MST.
Leia a íntegra da nota abaixo: 
NOTA PÚBLICA DO MST SOBRE A OPERAÇÃO CARNE FRACA E A CORRUPÇÃO NO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA
1. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra manifesta ao povo brasileiro o seu posicionamento diante das denúncias envolvendo o Agronegócio e o modelo de produção agropecuário movidos apenas pela lógica do lucro máximo e imediato.
A irracional e crescente degradação ambiental, a exploração intensiva de força de trabalho assalariada, a monopolização do território e despovoamento do interior do país, além dos crimes contra os povos indígenas, quilombolas, pescadores e camponeses, caracteriza o modelo de agronegócio, cujo mercado capitalista impulsiona ou desacelera a produção em face da demanda global.
2. A produção agropecuária baseada na monocultura extensiva e no uso intensivo de agrotóxicos, destrói a biodiversidade, contamina os solos e as águas, alteram as condições climáticas e envenenam os alimentos da população brasileira.
Para garantir e ampliar seus privilégios o agronegócio financia as eleições da bancada dos parlamentares mais reacionários, a “ bancada do boi”, responsável pelo retrocesso na legislação dos direitos sociais, trabalhistas e de preservação ambiental.
3. O golpe em curso no país, resultante de um conluio entre a Polícia Federal, Ministério Público, Poder Judiciário e meios de comunicação de massa, liderados pela Globo, atenta brutalmente contra os direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores, e dos bens naturais, entregando essa riqueza para o mercado e as empresas transnacionais, num forte ataque à soberania popular.
4. As denúncias da operação da Polícia Federal  denominada Carne Fraca servem como argumento para reafirmar as contradições do Modelo do Agronegócio, principalmente em relação à saúde humana e à destruição ambiental. Defendemos que as empresas envolvidas sejam punidas e responsabilizadas.
5. Denunciamos que mais uma vez a conta está sendo paga pelas trabalhadoras e trabalhadores da agroindústria da carne, expostos à precarização imposta pelas empresas, e que agora com as denúncias sofrem com as demissões em massa.
6. Denunciamos o conluio entre a mídia e o governo golpista para escamotear o processo de corrupção entre as empresas do agronegócio e os fiscais do Ministério da Agricultura (MAPA). Exigimos que que seja investigada a apropriação privada desse Ministério pelo Agronegócio!
7. Reafirmamos nosso projeto de Reforma Agrária Popular, a produção de alimentos saudáveis, o respeito à diversidade dos povos e a defesa dos bens naturais. Combateremos sem tréguas o modelo de produção do agronegócio e seguimos na defesa de um modelo de desenvolvimento para o campo, baseado na cooperação agrícola, agroecologia e na soberania popular.
8. Com a força crescente do apoio popular, seguimos denunciando que o Agronegócio mata, envenena e sequestra o Estado Brasileiro! Nenhum Direito à Menos! Fora Temer! Diretas Já!

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