segunda-feira, 20 de março de 2017

COINCIDÊNCIA.... CARNE BOVINA DOS EUA ESTÁ CHEGANDO AO BRASIL


Em meio aos efeitos da Operação Carne Fraca, pela qual a Polícia Federal acusou cerca de 30 
empresas de pagarem fiscais do Ministério da Agricultura para liberar produtos e manutenção 
de unidades fora das conformidades, circula nas redes sociais a notícia de um acordo que prevê 
a chegada de carne dos Estados Unidos ao Brasil nos próximos meses; o Brasil é o segundo 
maior exportador de carnes do mundo, perdendo apenas para o mercado norte-americano; a 
operação divulgada com estardalhaço pela PF já resultou na suspensão de importações de 
carne brasileira por quatro mercados.


247 - Em meio aos efeitos da Operação Carne Fraca, pela qual a Polícia Federal acusou cerca de 30 
empresas de pagarem fiscais do Ministério da Agricultura para liberar produtos e manutenção de 
unidades fora das conformidades, circula nas redes sociais a notícia de um acordo que prevê a 
chegada de carne dos Estados Unidos ao Brasil nos próximos meses.
O Brasil é o segundo maior exportador de carnes do mundo, perdendo apenas para o mercado norte-
americano. A investigação da PF foi anunciada com estardalhaço na última sexta-feira 17 e, mesmo 
tendo apontado casos pontuais, exceção no rigoroso mercado de carnes do País, já causou um grande 
estrago nas exportações.
Nesta segunda, Coreia do Sul, União Europeia, China e Chile já anunciaram suspensão de vendas de 
carne brasileira. Leia abaixo a notícia publicada pelo site Beef World sobre o acordo:

A carne bovina dos Estados Unidos está chegando ao Brasil

Em 2016, foi anunciada a abertura de mercado da carne bovina para países como Estados Unidos, 
Malásia e e Vietnã. Além de exportarmos carne brasileira, no caso americano, o acordo possibilitou 
também a importação. Entre março e abril, chegarão os primeiros containers. As empresas brasileiras 
buscam importar cortes especiais para atender o varejo "premium", ou seja, as lojas e boutiques de 
carnes gourmet.
O que isso significa? Por um lado, que os consumidores estão cada vez mais exigentes em relação à 
qualidade, fazendo com que as empresas aumentem a oferta; Possibilita uma maior variedade de 
opções no momento da escolha, que já inclui carnes importadas da Argentina e do Uruguai.
Mas, a carne americana é melhor do que a nossa? Primeiro, não podemos generalizar. Há bois de 
primeira e de segunda tanto nos Estados Unidos, como no Brasil. Também ainda não temos a 
informação exata das características das carnes que serão importadas.
Mas é fato que o Brasil possui carnes superiores a dos Estados Unidos, principalmente sob a ótica 
das carnes gourmet (aquelas vendidas em açougues/boutiques).
Por que? A maior parte da produção americana é realizada em confinamento, do nascimento ao 
abate. No Brasil prevalece o pasto e uma pequena parte é terminada em confinamento. Além dos 
aspectos nutricionais, a carne a pasto inclui um maior bem-estar animal, visto que o animal cresce 
livre no campo. Além do mais, enquanto aqui os hormônios são proibidos, lá é permitido.
Então, eu não devo comer carne importada dos Estados Unidos? A escolha cabe a nós. É importante 
experimentar e conhecer. Mas, também é crucial considerarmos o trabalho dos pesquisadores, 
zootecnistas, veterinários, pecuaristas brasileiros e todos os outros agentes, que diariamente investem 
em uma produção mais sustentável nas fazendas para que chegue uma carne cada vez melhor as 
nossas mesas. Apresentamos cada vez mais iniciativas de destaque como a Carne Carbono Neutro, a 
Integração Lavoura, Pecuária e Floresta e até carne com o certificado Rainforest Alliance. Além 
disso, é crescente o número de marcas e de Associações de raças, como a Angus, Nelore, Senepol, 
que não só demandam uma carne de maior qualidade, como investem para que a produção seja a 
cada dia melhor.
Não estou dizendo para não comer a carne americana, nem para revidarmos protecionismo. 
Novamente, ressalto que é importante experimentar e ter opções de escolha para variar os pratos. 
Mas, em minha monografia, quando estudei a percepção dos consumidores em Ohio, uma das 
imagens da carne bovina foi formada por "American", mostrando como é forte a identidade que eles 
possuem em relação à carne. E quando perguntados sobre a produção, a imagem foi formada por 
atributos como "economia do país", "geração de empregos". Então, assim como eles possuem os 
selos "Local Food", "Buy/Eat Local" para incentivar o consumo do "American made", por que não 
valorizamos também o que é nosso?
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