sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

TEMER FINALIZA PROJETO QUE ENTREGA TERRAS BRASILEIRAS PARA ESTRANGEIROS


Depois do petróleo, o ímpeto entreguista de Michel Temer chegou à agricultura do Brasil; a 
venda de terras a estrangeiros —hoje vetada por uma lei que tenta impedir que grandes 
extensões de terra fiquem nas mãos de pessoas de fora do Brasil — está muito próxima de ser 
liberada pela administração de Michel Temer; o governo trabalha nos últimos detalhes de um 
projeto de lei para liberar a venda de terras do País a empresas e investidores estrangeiros; o 
tema, que era considerado fora de questão no governo de Dilma Rousseff, tem sido tratado 
diretamente pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha; objetivo é que o texto seja 
votado pelo Congresso já após o carnaval

247 - Hoje vetada pela lei brasileira, a venda de terras a estrangeiros está muito próxima de ser 
liberada pela administração de Michel Temer. O governo trabalha nos últimos detalhes de um projeto 
de lei para liberar a venda de terras do País a empresas e investidores estrangeiros. O tema, que era 
considerado fora de questão no governo de Dilma Rousseff, tem sido tratado diretamente pelo 
ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. A intenção do governo é que o texto seja votado pelo 
Congresso já após o carnaval.
"O texto prevê que o investidor estrangeiro poderá comprar até 100 mil hectares de terra (cerca de 1 
mil km², ou três vezes a área de uma cidade como Belo Horizonte) para produção, podendo ainda 
arrendar outros 100 mil hectares. Dessa forma, o investidor internacional teria 200 mil hectares de 
terra à disposição."
"A venda de terras a estrangeiros vem provocando polêmicas há algum tempo. Até 1998, uma lei de 
1971 permitia que empresas estrangeiras com sede no Brasil comprassem terras no País. Naquele 
ano, a Advocacia-Geral da União (AGU) interpretou que empresas nacionais e estrangeiras não 
poderiam ser tratadas de maneira diferente e, por isso, liberou a compra.
Isso, porém, elevou o temor dos críticos sobre uma “invasão estrangeira” no País, que se acentuou a 
partir de meados dos anos 2000, com o aumento do apetite chinês por aquisições. Em 2010, por 
exemplo, o Chongqing Grain Group, da China, anunciou a disposição de aplicar US$ 300 milhões na 
compra de 100 mil hectares no oeste da Bahia, para produzir soja. Em alguns setores, a crítica era de 
que negócios desse tipo envolvem o controle de grandes áreas por grupos subordinados à estratégia 
de uma potência estrangeira, que poderia nem sempre seguir a lógica do Estado brasileiro.
Diante dessa pressão sobre as terras, um novo parecer da AGU, exatamente em 2010, restabeleceu as 
restrições para esse tipo de propriedade, proibindo que grupos internacionais obtenham o controle de 
propriedades agrícolas no País. Em 2012, um projeto de lei foi apresentado no Congresso 
modificando a restrição, mas está com a tramitação parada."
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