terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Movimentos e torcidas lançam carta aberta por um futebol mais democrático e popular, contra retrocessos: “Primeiramente, fora Temer!”



Golaço no Barão. Créditos das fotos: as três primeiras são do Coletivo Mídia e Democracia; a 
quarta, de Leo Souza

Torcedores, torcedoras, jornalistas e ativistas de diversos estados reuniram-se no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, para o I Encontro Nacional do Coletivo Futebol Mídia e Democracia.
O encontro teve o apoio do Agir (Arquibancada Ampla, Geral e Irrestrita), do portal Vermelho e do Barão de Itararé.
Em pauta, as lutas contra o machismo, racismo, LGBTfobia nas arquibancadas, elitização dos estádios, criminalização das torcidas e o casamento obscuro entre instituições que mandam no futebol brasileiro e o monopólio midiático – em especial, a Rede Globo.
Também a necessidade de unificar a agenda de 2017 por um futebol mais democrático e popular.
“Golaço”, festeja o blogueiro Altamiro Borges, presidente do Barão, em mensagem pelo Whatspp.
“No meio de um monte de torcedor de ‘time grande’ represento a torcida do Guarany de Sobral, único time cearense campeão brasileiro”, gaba-se Inácio Carvalho, editor do portal Vermelho.
Inácio registrou a presença das torcidas do Juventus, Santos, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Internacional, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Vitória-BA, Botafogo, São Paulo.
A lista dos movimentos e coletivos presentes:
Museu do FutebolGalo Marx
Fiel Torcida
Porcomunas
Respeito Futebol Clube
Parece Cinema
Sem Fírulas
Brigada Marighella
Coletivo INTERfeminista
O Povo do Clube
Celeste Proletária FLC
Jornal ABCDMaior
Torcida Alcoolizada Cachazeiros
MST
Intervozes
Resistência Azul Popular
Agir – Arquibancada Ampla, Geral e Irrestrita
Portal Vermelho
unk Santista

Como resultado da atividade, o Coletivo Futebol Mídia e Democracia produziu uma carta 
abaixo.

Carta do I Encontro Nacional Futebol Mídia e Democracia


São Paulo, 11 de fevereiro de 2017

Primeiramente, fora Temer!

Nós, torcedores, torcedoras, ativistas, jornalistas, coletivos e movimentos reunidos/as no I Encontro Nacional do Coletivo Futebol Mídia e Democracia, exaltamos a diversidade de atores e a unidade construída em torno de pautas fundamentais para a luta por um futebol mais democrático e popular.
A conjuntura de graves retrocessos imposta a partir do golpe judicial-midiático-parlamentar, que alçou ao poder o governo ilegítimo de Michel Temer, torna ainda mais urgente e necessária a ação dos torcedores e ativistas nas redes, nas ruas e nas arquibancadas.
Além de ataques frontais às conquistas históricas do povo brasileiro, como as reformas trabalhista e da Previdência, os torcedores também sofrem com a crescente elitização dos estádios de futebol, a criminalização da cultura de arquibancada e das torcidas e a submissão do esporte aos interesses comerciais de uma única emissora.
Por isso, somamos forças em torno das seguintes pautas a serem trabalhadas localmente e em conjunto:
1 – Ampliar a luta contra a LGBTfobia, o machismo, o racismo e todo tipo de preconceito nas arquibancadas
2 – Reforçar a campanha “Jogo 10 da Noite Não!” como forma não só de combater o monopólio da Rede Globo sobre o futebol brasileiro, mas também despertar consciência para o tema
3 – Ajudar a construir o Agir – Arquibancada Ampla, Geral e Irrestrita, frente de movimentos, coletivos e ativistas em torno das pautas por um futebol democrático e popular
4 – Nacionalizar a campanha Estádio Sem Assédio, idealizada pelo movimento Galo Marx e Coletivo INTERfeminista
5 – Fortalecer e amplificar a luta pelo futebol feminino, promovendo debates e atividades com a presença de mulheres que atuem no campo do futebol feminino, sejam atletas ou profissionais de gestão, para integrá-las às discussões e lutas da categoria
6 – Pautar o debate sobre a democratização dos clubes a partir da participação de movimentos de arquibancada e de torcedores nos conselhos e quadros diretivos;
7 – Reforçar a luta por ingressos populares e contra a elitização das arquibancadas;
8 – Intensificar o debate e a resistência contra a medida das torcidas únicas em clássicos;
9 – Apoiar as iniciativas que lutem por uma divisão mais justa das cotas de patrocínio da TV, reduzindo a diferença econômica entre os clubes e melhorando a competitividade;
10 – Lutar pela saída do presidente da Confederação Brasileira de Futebol, acusado de corrupção pelo FBI e investigado por Fifa e Congresso Nacional por violações a códigos de ética e má gestão. Fora Del Nero, muda CBF!
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