quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

CELSO DE MELLO DECIDE QUE O QUE VALE PARA LULA NÃO VALE PARA MOREIRA FRANCO


“Entendi que você é um juiz de merda”, disse Saulo Ramos a Celso de Mello

Jucá avisou do “pacto nacional com o Supremo, com tudo”

por : Kiko Nogueira


Traduzida, a decisão de Celso de Mello deixando Moreira Franco livre para assumir o Ministério da
Secretaria-Geral da Presidência do governo Temer serviria para viabilizar a posse de Lula?
Vejamos.
Mello afirma, em juridiquês castiço repleto de itálicos e negritos dos quais vou poupar você, que a 
indicação para o cargo de ministro não leva à obstrução ou paralisação de eventuais investigações.
Considerou o decano em seu despacho:
“A nomeação de alguém para o cargo de Ministro de Estado, desde que preenchidos os requisitos 
previstos no art. 87 da Constituição da República, não configura, por si só, hipótese de desvio de 
finalidade (…).
A mera outorga da condição político-jurídica de Ministro de Estado não estabelece qualquer círculo 
de imunidade em torno desse qualificado agente auxiliar do Presidente da República, pois, mesmo 
investido em mencionado cargo, o Ministro de Estado, ainda que dispondo da prerrogativa de foro 
“ratione muneris”, nas infrações penais comuns, perante o Supremo Tribunal Federal, não receberá 
qualquer espécie de tratamento preferencial ou seletivo, uma vez que a prerrogativa de foro não 
confere qualquer privilégio de ordem pessoal a quem dela seja titular”.
Segue:
“Não constitui demasia assinalar, neste ponto, que o decreto presidencial ora impugnado, à 
semelhança de qualquer outro ato estatal, reveste-se de presunção “juris tantum” de legitimidade, 
devendo prevalecer, por tal razão, sobre as afirmações em sentido contrário, quando feitas sem 
qualquer apoio em base documental idônea que possa infirmar aquela presunção jurídica”.
Em resumo, Moreira pode.
Respondendo à pergunta retórica do início: essa argumentação, obviamente, justificaria Lula na Casa 
Civil, desde que Lula não fosse Lula.
Nesse caso, o latinório explicaria o oposto.
Como mandou o Jucá, o “pacto nacional com o Supremo, com tudo” vai muito bem, obrigado. Falta 
o Moraes.

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