quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Um ano de entreguismo no petróleo custará R$ 27 bilhões por ano ao Brasil. Viva Moro!



POR FERNANDO BRITO 

O gráfico aí de cima é adaptado do Valor, edição de hoje.
É a estimativa de quanto as multinacionais tirarão a mais de petróleo no Brasil ao final de 2017.
410 mil barris por dia, além dos 460 mil que tiram hoje, calculados ao preço de hoje do Brent, US$ 
56,24, e com o dólar a R$ 3,23.
Em um dia, R$ 71 milhões. Em um ano, R$ 27,2
bilhões. Nos trinta anos de exploração de um 
campo, mesmo com a queda da produção média a
50%, mais de R$ 400 bilhões.
Mais que dobram sua participação e chegam a perto
de 30% de todo o óleo produzido no Brasil, o 
dobro do que tinham ao final de 2015, enquanto a
Petrobras permanece estagnada, praticamente.
Isso sem terem descoberto um mísero barril de
petróleo: é prato feito, pronto, servido de bandeja.
Porque a exploração de um campo de petróleo toma
cinco, seis, sete anos ou mais e eles chegaram 

agora.
Nem mesmo nos investimentos para tirar o tesouro vão deixar alguma coisa aqui, porque a política 
de conteúdo nacional está sendo demolida, inclusive nos investimentos da própria Petrobras.
Há uma história que conta que um perigoso “comunista” norte-americano, Abraham Lincoln, um dos 
líderes da explosão de progresso nos EUA com a política de expansão das ferrovias, ouviu de alguns 
técnicos que era melhor comprar trilhos na Inglaterra, que os vendia a 4 dólares, enquanto produzi-
los localmente custaria 5. Lincoln respondeu que se custassem 7 dólares, ainda assim valeria a pena 
fazê-los lá mesmo: “vamos aprender a fazer bem e logo estaremos vendendo para o mundo inteiro”.
Quem acha que a Guerra da Secessão americana aconteceu só por conta da escravatura, engana-se: a 
briga começou pela política tarifária protecionista dos republicanos. Aliás, antes de ser republicano, 
Lincoln era whig, um grupo partidário com posições protecionistas e e modernizadoras.
Mas aqui proteger a indústria e a riqueza brasileiras é coisa de “esquerdopata”.
Não é uma política de parceria e cooperação com as estrangeiras, como seria adequado, remunerando 
com lucros os investimentos feitos aqui, é o abocanhamento daquilo que a Petrobras, com seu 
conhecimento e nosso dinheiro, descobriu, sondou, perfurou e colocou em condições de produzir.
É navio, sonda, tubos, equipamentos e tudo o mais comprados lá fora, emprego lá para fora, dinheiro 
lá para fora.
É isso, em números incontestáveis, os que os vendilhões deste país estão fazendo.Os bilhões da Lava 
Jato são um grão de areia.
E eles estão só começando, se não os pararmos.
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