sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Teori foi meu amigo, por Eugênio Aragão


Teori foi meu amigo

por EUGÊNIO ARAGÃO 

Em tempos de polarização, em tempos em que quem não esteve conosco na hora difícil foi golpista, 
em tempos em que muitos de nós se tornaram intolerantes e incapazes de viver com a contrariedade, 
em tempos em que perdemos não só a humanidade, mas também as papas na língua, venho afirmar: 
Teori foi meu amigo. Ontem perdi um amigo muito querido, um amigo que nem sempre fez as coisas 
do modo que gostaria que tivesse feito, mas fez com dignidade de seu jeito. Sempre foi autêntico, 
sempre foi cívico e não se deixou levar pela hipocrisia ou pela vaidade. Foi querido, tinha um 
coração enorme e foi incapaz de ofender, de se exaltar ou de menosprezar seus semelhantes. Não 
podemos esperar do outro o que não tem para dar, mas, também não podemos recusar-lhe o 
reconhecimento de virtudes mil que tenha. E Teori tinha para dar de sobra. Era um magistrado 
exemplar, que fazia da discrição sua marca maior e era uma pessoa gigante, com uma alma doce que 
Deus lhe deu e soube preservar ao longo de toda sua vida. Hoje eu choro por Teori. Choro sua falta e 
a falta que fará neste Brasil cheio de ódio e de gente que diferentemente dele perdeu todo escrúpulo e 
toda compostura.
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