quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

TEMER ENGOLE MAIS UM SAPO E CONFIRMA A MAIS VOTADA NA FIOCRUZ



Enfim, confirmou-se: Nísia Lima na Fiocruz 


por Marcelo Auler

Enfim, a notícia que o blog havia adiantado aconteceu – Ricardo Barros confirma Nísia Lima na Fiocruz. Após algumas tentativas frustradas em Brasília, o governo recuou e oficializou a nomeação, a ser publicada no Diário Oficial desta quarta-feira, da socióloga Nísia Verônica Trindade Lima na presidência da Fundação Oswaldo Cruz pelos próximos quatro anos. Prevaleceu o respeito ao voto da maioria dos servidores da instituição tal como eles reivindicaram em reunião hoje de manhã, defronte ao Palácio de Manguinhos.
A decisão estava tomada desde a segunda-feira à noite, segundo admitiu ao blog o presidente da Fiocruz Paulo Gadelha. Mas, entre a divulgação aqui no Blog, ao meio dia desta terça-feira (03/01) e a confirmação oficial por volta das 17hs, o ministro Ricardo Barros, o engenheiro civil que responde pela Saúde no governo que assumiu após o impeachment de Dilma Rousseff, e o deputado Hugo Leal (PSB-RJ), coordenador da bancada governista do Rio de Janeiro, tentaram uma nova composição.
Queriam encaixar a segunda mais votada, Tania Cremonini Araújo-Jorge, na futura gestão da instituição. Tentavam reduzir o prejuízo que causaram com mais este desgaste político para um governo que em pouco mais de sete meses acumula problemas em proporção inversa à sua popularidade, que só cai. Essas negociações, também anunciadas aqui no blog em uma Nota de Esclarecimento editada na reportagem inicial às 14H00, não chegaram ao ponto em que eles desejavam. Prevaleceu a posição adiantada por um dos diretores da Fiocruz de que Tania não participaria da nova gestão – “ela nem entrará no Palácio (de Manguinhos)”. O máximo que conseguiram foi o compromisso de Nísia em aproveitar alguma indicação que Tania venha fazer, mas a escolha final ficará a cargo da nova presidente.
A socióloga Nísia presidirá a Fiocruz pelos próximos quatro anos. Reprodução do YoutubeA socióloga Nísia presidirá a Fiocruz pelos próximos quatro anos. Reprodução do Youtube
Ao final da tarde, em uma tentativa de reduzir o prejuízo do governo como um todo, Nísia, Tania e o ministro foram ao gabinete de Michel Temer, a pedido dele,  onde fizeram uma foto juntos, na expectativa de se criar um clima de conciliação, um clima amigável, para reduzir as tensões. O encontro também foi defendido pelo ministro que, nas explicações de um dos participantes do acordo, “estava em uma linha de insistir  em uma nomeação totalmente sem fundamento e viu nessa foto um caminho para tentar recuperar a relação com a Fiocruz. Ele solicitou que houvesse essa demonstração do ponto de vista simbólica de um processo mais de normalidade”. Nísia e a diretoria da Fiocruz consideraram isto é importante e relevante para o futuro da instituição. Mas apenas ela e Tania foram ao Palácio do Planalto.
“Foi um resultado extremamente significativo para que possamos ter tranquilidade institucional e continuidade dos trabalhos da Fiocruz. Trouxe ao leito da normalidade aquilo que seria o processo mais natural, que poderia até ter ocorrido mais imediatamente., Ou seja, a decisão de que a Nísia é a presidente da Fiocruz”, explicou Gadelha, ainda em Brasília.

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