sábado, 28 de janeiro de 2017

ENFIM: TEMER CONSEGUI CRIAR EMPREGOS EM SÂO PAULO !! DE PROSTITUTA E TRAVESTI!


Eu quero que a minha patroa se...! 

Por André Singer,  em artigo na Folha  

Como se esperava, um dos setores mais atingidos pela artilharia recessiva foi o mercado formal de trabalho. Quase 3 milhões de empregos com carteira assinada foram queimados entre 2015 e 2016.
Significa dizer que cerca de 12 milhões de brasileiros, considerando-se que ao redor de cada demitido há uma família média de quatro pessoas, caíram na zona do desespero. Com o seguro-desemprego restringido, e sem a perspectiva de recuperar um salário fixo no curto ou médio prazo, aparece o palpável fantasma de ficar sem nenhuma renda para comer, vestir e morar. Em tais condições, faz-se qualquer coisa para sobreviver.
Uma das saídas é o trabalho doméstico, cujo crescimento foi detectado pelo IBGE. As diaristas, que tinham minguado no período do lulismo pleno, isto é, até o final de 2014, voltaram a aparecer. Os jardineiros, que haviam se tornado escassos, retornaram.
O vínculo doméstico é sintomático, pois as jovens trabalhadoras preferem empregar-se no setor de serviços, muitas vezes para ganhar o mesmo, mas onde tem mais perspectivas de evolução. Acabam por aceitar condições precárias, como jornadas hiperestendidas e alta rotatividade, por exemplo, em supermercados, antes de ceder à labuta residencial.
No entanto, o comércio fechou cerca de 200 mil vagas só no ano passado, obrigando as moças a optar pelos caminhos antigos. Convém lembrar que parte delas, graças ao Prouni e ao Fies, chegaram à universidade no período anterior. Não deve ser raro, em decorrência, encontrar diaristas universitárias por aí.
Quando a última porta se fecha, pois a crise atinge também a classe média, restam alternativas que afetam o indivíduo de maneira profunda, como a prostituição ou a criminalidade. São conhecidas as reportagens que dão conta do aumento do número de garotas de programa em função do desemprego. Quanto à violência, é difícil medir, pois virou endêmica no Brasil. Quantas vidas foram e ainda serão desperdiçadas nesse moinho destrutivo e desumano?

Abaixo o relato – não literal – do proprietário de um pequeno comércio na região central de São Paulo – a capital nacional do desemprego em massa.

“Isso aqui só faz aumentar. Cada dia tem mais gente. Puta, travesti, michê. Começa cedo. Às nove, dez horas da manha já tem gente aqui na esquina. E só aumenta o movimento. E você pensa que a Polícia reprime? A Polícia é sócia deles. Isso aqui virou a zona deles. Eles é que mandam. E cada um tem um estilete. Não é verdade que onde tem puta não tem bandido. Tem sim. Agora é uma coisa só. Puta, travesti, michê e bandidagem. E eles todos têm um estilete. Outro dia teve um cara, dentro de uma camionete, que não quis pagar o que combinou com o traveco, levou um estilete na cara. E você acha que a Polícia veio? Nem vem. E do jeito que a coisa vai daqui a pouco eles tomam conta do centro todo. Eu fico na minha. Atendo, faço o meu serviço. Se posso dou desconto. Sou da paz. Também não tenho como sair daqui. E sabe quem são os fregueses? Dos três: puta, michê e traveco? Homens casados. A qualquer hora do dia! Se tem quem compra, tem quem vende, não é isso? Sabe o que virou isso aqui? Um putódromo!”
Segue-se outro relato, não literal, de uma empregada doméstica reproduzido por amigo navegante:
“Eu tava na barraca das frutas, na feira lá de baixo, e uma mulher do meu lado falando bem alto:
- Enche aqui o carrinho. Pode botar a mais cara. Escolhe as mais caras. Eu quero as mais caras! Tudo do mais caro! Mais caro!Pode encher!
Sabe quem era?
Uma empregada doméstica, como eu!
Eu olhei pra ela e perguntei:
- Mas, por que a mais cara?
- Porque eu quero que a minha patroa se…!

PHA
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